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quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Escola nos EUA usa design para estimular jovens


Você sabia que uma escola nos Estados Unidos usa design para estimular jovens? Compartilhamos com vocês o texto do Porvir com detalhes sobre essa experiência: 

Por diferentes frentes, a NuVu Studio – lê-se New View, ou nova visão –, usa o design para propor que jovens de 11 a 17 anos tenham a experiência de prototipar respostas a problemas cotidianos. A escola, que oferece programas complementares ao ensino tradicional, mescla alunos de diferentes idades que, juntos, entram de cabeça em um processo criativo para desenvolver seus próprios produtos.

Para isso, a escola funciona em parceria com o MIT (Massachussets Institute of Technology), nos Estados Unidos, uma das mais reconhecidas universidades de tecnologia do mundo. Com esse apoio luxuoso, os jovens são incentivados a desenvolver protótipos ou projetos por meio de robótica, programação, aplicativos, arte digital, documentários, entre diversas formas alternativas. O objetivo final é que a solução encontrada cause impacto social.

Dessa proposta já saíram projetos como o Survival of the Fittest, um aplicativo que coloca um grupo de usuários em competição saudável para melhorar seu condicionamento físico; ou o Partners For Hope (PFH), um projeto social que une educação e futebol para ajudar meninos bons de bola do Haiti a chegarem a universidades dos EUA e da Europa; ou ainda a Social Midia Anxiety, uma animação que mostra como as mídias sociais têm trazido ansiedade para as sociedades contemporâneas.

“Todas as pessoas são geniais de alguma forma”, diz o arquiteto e designer Saeed Arida, um dos fundadores da NuVu Studio, que conversou com o Porvir sobre o conceito da escola. Arida, que é um dos responsáveis por conectar os alunos que chegam com colegas de interesses comuns, se autoentitula o CEO da escola. Só que esse CEO não é para a sigla de Chief Executive Officer, ou diretor executivo, mas de Chief Excitement Officer, algo como diretor de motivação. Nessa função nada tradicional, ele procura retirar alunos da zona de conforto, expandindo seus limites criativos.

“O design nos direciona em tudo, não só para criar produtos esteticamente melhores ou necessariamente úteis. Nós ensinamos essas pessoas por meio do próprio processo de design, das descobertas no passo a passo da criação”, conta Arida.

Para participar da NuVu Studio, os alunos precisam ser indicados por suas escolas de origem. Como há mais interessados do que vagas, acabam sendo selecionados os alunos que os professores avaliam ter maior afinidade com o tema. Lá, os estudantes são divididos em trios, independentemente de idade, que vão trabalhar juntos por duas semanas. “A disparidade não prejudica o ritmo dos mais velhos. Se isso não acontece na vida real, nas empresas, por que aconteceria aqui?”, questiona Arida.

Os grupos começam os trabalhos pela definição de um objeto de interesse comum, passam à fase de inspiração e pesquisa, depois entram no processo de criação e, por fim, concluem uma avaliação final. Durante todo esse processo, eles são acompanhados por um profissional da NuVu e outro especialista convidado, normalmente com uma relação com o projeto que está sendo desenvolvido. Ao longo do ano letivo, cada aluno se envolve em média em cinco ou seis projetos.

Tecnologia e mentoria

A cada semestre, a equipe fixa da escola (cinco instrutores) define um tema multidisciplinar, que será comum a todos os projetos. Entre os que já foram abordados pelos alunos estão saúde, meio ambiente, ficção científica e moradias do futuro. Diferente do que ocorre em escolas tradicionais, no fim do processo, o principal critério de avaliação do projeto é o quão interessante ele foi. Os trabalhos de conclusão realizados estão disponíveis no site da escola.

Segundo Arida, as instalações da NuVu favorecem o pensamento criativo, assim como seu ambiente aberto, conectado a equipamentos de ponta, sempre à disposição. Nesses espaços, os alunos utilizam ferramentas profissionais da engenharia ou arquitetura. “Nosso foco é o fazer, da forma mais sofisticada possível. Para tanto, encorajamos o bom uso da tecnologia”, afirmou.

No entanto, continua Arida, o ponto forte da NuVu não se baseia apenas em infraestrutura, uma vez que seus instrutores são preparados para extrair o máximo da expressão criativa de cada um. “Com todos esses recursos tecnológicos, nós aumentamos as chances de acontecer coisas bacanas, mas não é tudo. O mais importante é formar jovens capazes de realizar seus próprios projetos”, reiterou.

Habilidades para a vida

Experimentações em grupos pequenos, sempre seguindo um fluxo dinâmico e conclusivo, embora sempre em liberdade. Isso estrutura a rotina da escola e a confiança dos alunos, aponta Arida. Para ele, quanto mais seguros de si, mais poderão ousar na criação de produtos interessantes. Igualmente, quanto mais os alunos estiverem focados no processo criativo, mais conscientes de suas limitações ou potenciais se tornarão.

Dessa forma, a NuVu compreende que o papel dos instrutores é crucial para estimular os pontos fortes ou alertar para as fraquezas de cada um, ajudando os jovens a desenvolver habilidades úteis para a vida, e não apenas úteis na escola.

Aliás, a habilidade de improvisar, mudar de ideia, começar de novo e transformar o rumo dos protótipos é o motor pedagógico da NuVu, considera Arida. Além disso, para crescerem no desenvolvimento dos módulos, os alunos precisam praticar a solidariedade, pois o trabalho é essencialmente colaborativo; devem ser flexíveis para chegar a decisões comuns; precisam afiar a capacidade de pensar e agir rapidamente, ter fácil adaptação ao novo, ao diferente, além de certa maturidade para autoavaliação e leitura crítica de sua obra ou comportamento.

Arida observou que, sobretudo, a nova geração demonstra ter uma capacidade maior de utilizar a tecnologia para facilitar a vida cotidiana como, por exemplo, para se comunicarem melhor entre si, não só para o trabalho. Sobre o futuro, o educador enxerga um desafio. “Empregos estão se transformando conforme os avanços sociais. Com criatividade se pode enfrentar qualquer situação. Nós preparamos nossos alunos para o desconhecido.”

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Escola de Rua


Diego Macedo é psicólogo, palestrante, faz trabalho com autistas, é amante de filosofia e criou a Escola de Rua, que está sendo apoiada pelo Catarse. Eu, Jamile Coelho, tive o prazer de conhecê-lo, tenho acompanhado seu projeto e me encantei com a proposta da Escola de Rua. Acredito que as dicas do Diego, listadas em seu blog,  podem ser úteis a muitos educadores que, como eu, acreditam que a educação precisa ser reinventada a partir de sua essência: um processo de aprendizado que nos acompanha a vida toda, não importa a idade, condição social, raça, religião ou espaço físico.

Compartilho com vocês um dos posts do profissional, com dicas da Escola de Rua para educadores. Diego, sua contribuição é muito rica e acredito que podemos fazer uma grande reflexão a partir dela:

- A capacidade de síntese é uma dica que interessa a muitas pessoas. Temos muita dificuldade de ser objetivos e diretos naquilo que queremos passar para os outros. A verborragia de comentários muita das vezes não deixa claro aquilo que a gente quer passar para a pessoas. E tanto o ouvinte quanto quem fala se perdem. A síntese é uma ferramenta útil nessas situações.

- Uma observação que faço é que uma das maneiras de aproveitar e transmitir algo é tentar perguntar para as pessoas como elas se sentem, ou sobre o que elas querem aprender naquele tempo, sobre o que elas gostariam de conversar. Acho que criar espaços para isso é super importante. Sempre que chegamos com algo pronto para transmitir para os outros isso pode ser considerado muito agressivo. O primeiro motivo para isso é que muita das vezes o assunto abordado por um professor, por exemplo, não tem nada a ver com o contexto que a pessoa está vivendo distanciando o professor do aluno. O segundo motivo é que muita das vezes a matéria não tem um teor prático para a vida e por isso existe essa distância. Se existe essa distância, por que continuamos a insistir nisso?

- Aprender em outros contextos é interessante. Quando estamos dentro de espaços fechados como salas de aula, universidade, clubes, dentre outros perdemos o contato com a realidade da vida e nos isolamos do que acontece fora. A ideia é simples, porém tem uma profundidade prática que muda a nossa maneira de enxergar os contextos. Quando digo que QUALQUER LUGAR dá para se aprender sobre algo, estou abrindo um leque de possibilidades e contextos onde poderíamos aprender e ensinar sobre algo. Então utilize outros contextos não usados. Já pensou se a Escola e a Universidade forem para fora das suas “caixas”?

- Uma das coisas que mais observei é que muito interessante é: sair do estado de saber para estado de aprender com o outro. E esse outro é qualquer um. Quando selecionamos quem vai ensinar a gente, vamos eliminando possibilidades de aprendizagens que poderiam ser incríveis e diferentes.

- Achamos que os outros tem que se adaptar ao nosso processo de ensinar. Se você pensa assim, está eliminando uma gama de possibilidades do que o outro pode te oferecer e que poderia até ser usado isso como material para elaboração das suas ideias. Se na aprendizagem não estivermos na mesma direção e propósito, não avançaremos nada. Então não adianta tentar enfiar ensino na cabeça de ninguém porque isso, além de criar traumas, distancia a pessoa de uma aprendizagem real.

- Na vida, nunca escutamos a verdadeira necessidade do outro. Quando o educador se põe a ouvir e considerar importante o que o outro está dizendo sem julgamento. Isso é um catalisador de relações profundas e autênticas.

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Aula de caráter



Uma escola dos Estados Unidos resolveu incluir aula de caráter no currículo. Confira abaixo o interessante texto do Porvir que relata essa experiência e os primeiros resultados:
A rede de escolas charter KIPP (Knowlegde is Power Program), fundada em 1994 nos Estados Unidos, tem como meta levar seus alunos – 86% são de famílias pobres – até a universidade. Para garantir que todos tenham confiança de que são capazes de aprender, não aposta apenas no rigor acadêmico, mas promove diferentes atividades para despertar entusiasmo, perseverança, autocontrole, gratidão, otimismo, inteligência social e curiosidade em seus alunos. Dentro desse contexto, uma de suas 141 escolas, a KIPP Infinity Middle School, no Harlem, em Nova York, decidiu radicalizar o ensino de competências socioemocionais e criou, há dois anos, uma aula diferente: de caráter.

“Nós sentimos que, se não ensinarmos caráter explicitamente, não podemos esperar que eles [os alunos] adquiram isso”, afirmou ao Porvir a diretora da escola e professora dessas classes, Leyla Bravo-Willey.

O projeto desenvolvido pela professora em parceria com um centro de estudos de socioemocionais da Universidade da Pensilvânia ainda está em fase piloto e estabelece um currículo abrangente. Para desenvolver o caráter dos alunos, a escola aposta no ensino de habilidades não cognitivas – como comunicação, resiliência e determinação – em todas aulas, oficinas para pais e momentos de trocas entre os estudantes chamados de Kipp Circles.

As classes de caráter acontecem duas vezes por semana para as 5ª e 6ª séries e nelas Leyla dá aulas expositivas para mostrar aos alunos como eles são capazes de aprender, como podem enfrentar seus pontos fracos, como devem estabelecer relações saudáveis com outras pessoas e como podem usar a mente para conseguir o que querem. Não se trata de uma simples lição de autoajuda, garante a professora, mas momentos para se fazer conexões com a ciência e explicar como o cérebro funciona, desenvolver técnicas de meditação, concentração e até praticar yoga. “Primeiro, eu explico os conceitos e depois faço com que eles pratiquem”, conta a diretora da Infinity Middle School.

Em uma aula sobre como enfrentar pontos fracos, por exemplo, a professora perguntou como os alunos se sentiam quando eram os últimos a serem escolhidos para formar um time de basquete. Alguns responderam algo como “Que saco, eu de novo no fim”, mas alguém disse “Não tô nem aí, sou bom mesmo no futebol”. Segundo Tonia Casarin, mestranda brasileira em educação na Universidade de Columbia que acompanha o projeto piloto na escola de Nova York, as diferentes reações fazem os alunos se darem conta de como podem pensar diferente. “As conversas ajudam a desenvolver a autoestima das crianças, elas aprendem a mudar a própria perspectiva”, diz.

Esse tipo de reflexão não acontece apenas nas classes específicas de caráter, mas durante todas as atividades da escola. Os professores da Infinity Middle School são preparados a relacionar questões socioemocionais com conteúdos cognitivos. Assim, numa aula de inglês, os alunos analisam as características dos personagens dos textos que leem, e nas de história, discutem motivações por trás de fatos importantes. Além disso, antes mesmo da criação das aulas de caráter, já ocorriam os Kipp Circles, períodos de 20 a 30 minutos em que as turmas são divididas em grupos e os alunos devem trocar ideias e ajudar uns aos outros a melhorar suas atitudes e resultados acadêmicos. “Nos círculos os alunos discutem o que entenderam das minhas aulas e se estão aplicando o que aprenderam”, explica Leyla.

Como resultado, a expectativa é que as crianças mudem de atitude também em casa. Por isso, os pais são chamados no início do ano para um workshop em que são apresentados ao conteúdo que será ensinado e como isso será feito. A professora também dá dicas de como eles podem dar suporte aos seus filhos. “Alguns pais ajudam, outros não. Mas a nossa missão é fazer com que mesmo os que são oriundos de famílias disfuncionais saibam lidar melhor com isso. O fato de uma criança não ser incentivada a estudar em casa não significa que ela não deva ter acesso a boa educação. Nossa meta é garantir que todos tenham acesso”, diz a diretora.

Primeiros resultados

Embora a implantação desse currículo socioemocional na Kipp Infinity Middle School ainda esteja em fase de testes e os dados sobre o impacto no desempenho acadêmico não tenham sido computados, a diretora tem convicção de que os alunos estão aprendendo mais e que estão mais tranquilos e confiantes. “Estamos ansiosos pelos resultados para seguir em frente”, afirmou. No próximo ano letivo, o plano é preparar outros professores para ministrarem as aulas de caráter e passar a incluí-las na grade de mais séries.

Leyla diz que foi possível perceber avanços, principalmente, pela mudança de atitude da turma antes da última prova estadual (avaliação externa) a que foram submetidos. “Normalmente, eles ficam muito nervosos e acham que vão se dar mal. Dessa vez, passaram a dizer que estão preparados, que trabalharam duro e estão prontos para o teste”, conta orgulhosa.

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Movimento UnCollege



O movimento UnCollege, criado pelo norte-americano Dale Stephens e que ajuda jovens a desenvolverem a sua capacidade de autoaprendizado de maneira livre e independente, dará início a uma turma de Gap Year no Brasil. A iniciativa será implantada com o apoio de jovens brasileiros interessados em desenvolver projetos de unschooler no país. O que podemos aproveitar desta experiência? Veja trechos do texto do site Porvir sobre o assunto:

“O jovem está buscando novas formas de aprender. Ele já tem se questionado se deseja mesmo seguir pelo caminho tradicional”, apontou Lucas Coelho, co-fundador do UnCollege Brasil. Motivado pela própria experiência de abandonar a universidade para aprender de forma independente, Coelho começou a fazer pesquisas sobre projetos que trabalhavam com propostas de “hackear” a educação.

Seguindo o mesmo modelo do Gap Year realizado em São Francisco, nos Estados Unidos, o programa é dividido em quatro fases com duração aproximada de três meses cada. Na primeira etapa, os jovens participam de um programa residencial onde desenvolvem suas habilidade de meta-aprendizagem, contam com o apoio de mentores e participam de sessões de workshops, desafios, mesas redondas e discussões. 

Durante todo o programa, os jovens são estimulados a aprender sobre o próprio processo de aprendizado, participam de sessões de coaching, desenvolvem conhecimentos sobre negócios sociais, sustentabilidade e outros conhecimentos que são importantes para ajudar a desenvolver seus projetos, como marketing, técnicas de como falar em público, conceitos básicos de programação e como criar blogs e sites.

“O que eu vejo de mais interessante nessa experiência é a liberdade de poder escolher o que você quer estudar, como vai fazer e quando. Isso representa um grande ganho de tempo e eficiência, porque você consegue aplicar os seus conhecimentos na prática”, afirmou a integrante Giovana Moraes, que teve a oportunidade de passar pela experiência do autoaprendizado, após abandonar um curso superior de turismo.

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Jornada da Inovação e Espaço Educacional


Neste mês de férias, a direção e vários professores do Espaço Educacional participaram da Jornada da Inovação em busca de práticas inovadoras, como DESIGN THINKING, para começar o segundo semestre com muita criatividade e sinergia.

A ideia é que a Jornada da Inovação continue dentro do EE. Vamos repensar o ambiente físico para favorecer a aprendizagem e abrir espaço para inovação. Lançaremos um novo projeto coletivo com o nome de DESCONSTRUA, para construir de forma inovadora. Na recepção interativa, alunos, professores, pais e funcionários vão poder colocar suas sugestões em post-its no painel, participando de forma ativa deste processo.

Vamos repensar as salas de aulas, transformando-as em ambientes de aprendizagem. Divisórias vão cair e, com as sugestões de todos, nossa jornada de transformação terá seqüência.

O Design Thinking será uma de nossas ferramentas na construção dos projetos para explorar a riqueza do ser humano que traz sua bagagem de experiências e habilidades para construir algo inovador. 

As ferramentas colaborativas digitais,  como trello, lino, mind maps, entre outras, estarão presentes nas aulas, em que uniremos a riqueza do presencial com o virtual. Aprendemos que presencial e virtual precisam andar de mãos dadas.

O trabalho continuará sendo personalizado com a ferramenta Perfil Cognitivo para exploramos o estilo de aprendizado do aluno (visual, auditivo ou sinestésico) e utilizarmos os hemisférios cerebrais (razão e emoção), resolvendo assim problemas e desenvolvendo os temas estudados por áreas de interesse e habilidades, baseando-se nas inteligências múltiplas de Gardner.

Dessa forma, estaremos desenvolvendo as competências socioemocionais - autoconhecimento, autonomia, criatividade, colaboração e valorização do ser humano - que sempre estiveram presentes em nossa missão: Educar com competência, criatividade e afetividade.

Tudo isso porque acreditamos que educar é antes de tudo um ato de amor.

Veja depoimento sobre a Jornada da Inovação no blog do Gustavo Torres

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Sugestão de Leitura: "Eu Sou Malala"



A sugestão de leitura é o livro "Eu Sou Malala". A pedagoga Jamile Magrin Goulart Coelho, diretora do Espaço Educacional, selecionou trechos do livro e fez sua análise (em negrito). Confiram:

Ganhei o livro de meu filho e minha nora no Dia das Mães e, quando comecei a ler, não queria mais parar. Eu me encantei com a história de uma menina que já tinha conexão com sua intenção de vida desde muito cedo e que lutou contra adversidades de forma corajosa, carregada de amor e fé. Ela, como eu, acredita na educação como uma missão de vida. Estamos em países diferentes, em gerações diferentes, mas acreditamos na mesma coisa: que a educação é um ato de amor. Aprendi muito com a Malala e admirei a forma corajosa como enfrentou a escassez e a está transformando em abundância com sua história de vida.

"Malala Yousafzai nasceu em 1997, no vale do Swat, Paquistão, e chamou a atenção do publico ao escrever para a BBC Urdu a respeito da vida sob o Talibã. Em outubro de 2012, foi perseguida e atingida na cabeça por um tiro quando voltava da escola. Contrariamente às expectativas, sobreviveu e agora continua sua campanha por meio do Fundo Malala, uma organização sem fins lucrativos de apoio à educação de meninas em comunidades ao redor do mundo."

Uma garota que amava aprender e que soube lutar por aquilo que acreditava: que todas as meninas tivessem direito à educação. Quebrando paradigmas da cultura de seu país, que proibia as mulheres de estudar. Sempre se apoiando no exemplo de seu pai.

"Há um ano saí de casa para ir à escola e nunca mais voltei. Levei um tiro de um dos homens do Talibã e mergulhei no inconsciente do Paquistão. Algumas pessoas dizem que não porei mais os pés em meu país, mas acredito firmemente que retornarei. Ser arrancada de uma nação que se ama é algo que não se deseja a ninguém."

A minha intuição me diz que ela retornará ao seu país com uma liderança conquistada a partir de seu sacrifício de viver fora de sua terra natal e continuar lutando pelo que acredita.

"Hoje, quando abro os olhos de manhã, anseio por ver meu velho quarto, com as minhas coisas, as roupas todas no chão e os troféus que ganhei na escola nas palestras. Mas agora moro em um país que fica a cinco horas de distancia de minha querida terra natal, o Paquistão, e de minha casa, no vale do Swat."

Por mais conforto que se tenha, o valor das coisas está em fazer parte de nossa história e trazer a bagagem emocional que carregam. O valor está não no objeto, mas em seu significado pra nós.

"Meu coração sorri quando me lembro dos habitantes do Swat. Meu pensamento me leva até a escola e lá eu me reúno com minhas colegas e professoras. Encontro Moniba, minha melhor amiga, e nos sentamos juntas, conversando e brincando, como se eu nunca tivesse saído de lá. Então eu me recordo de que estou em Birmingham, Inglaterra."

Todas as lembranças carregadas de propósito de quem nunca teve nada fácil ficam guardadas no fundo do coração como se ele fosse uma mochila que carregamos com tudo que precisamos para sobreviver e correr atrás de nossos sonhos.

"No dia em que, nasci as pessoas da nossa aldeia tiveram pena de minha mãe, e ninguém deu os parabéns a meu pai. Vim ao mundo durante a madrugada, quando a última estrela se apaga. Meu pai não tinha dinheiro para o hospital ou para uma parteira; então uma vizinha ajudou minha mãe. Nasci menina num lugar onde rifles são disparados em comemoração a um filho, ao passo que as filhas são escondidas atrás de cortinas, sendo seu papel na vida apenas fazer comida e procriar."

Mesmo com toda esta cultura patriarcal que desvaloriza a mulher, nasce uma menina que veio para mudar e quebrar paradigmas. Uma menina que desde a infância já tinha clara a sua intenção de vida de lutar pelo direito à educação.

"Meu pai, Ziauddin, é diferente da maior parte dos homens pachtuns. Pegou a árvore e riscou uma linha a partir de seu nome, no formato de um pirulito. Ao fim da linha escreveu 'Malala'. Disse que olhou nos meus olhos assim que nasci e se apaixonou. Comentou com as pessoas: 'Sei que há algo diferente nessa criança'. Também pediu aos amigos para jogar frutas secas, doces e moedas em meu berço, algo reservado somente aos meninos."

Uma pessoa na família que nos ama e que nos enxerga além da aparência e que consegue ver a nossa alma por meio do brilho do olhar era tudo que Malala precisava para viver, crescer e lutar pelos seus sonhos com uma firmeza e convicção que só o amor nos dá. Tudo nasce de uma experiência de amor.

"Meu nome foi escolhido em homenagem a Malalai de Maiwand, a maior heroína do Afeganistão. Os pachtuns são um povo orgulhoso, composto de muitas tribos, dividido entre o Paquistão e o Afeganistão. Vivemos como há séculos, seguindo um código, que nos obriga a oferecer hospitalidade a todos e segundo o qual o valor mais importante é nang, a honra. A pior coisa que pode acontecer a um pachtum é a desonra. A vergonha é algo terrível para um homem pachtum. Temos um ditado: 'Sem honra, o mundo não vale nada'."

O seu nome Malala já era de uma heroína como que para prepará-la para sua missão frente à educação e as crianças que nascerem no Paquistão. E o código dos pachtun valorizando a honra e os valores morais era a base que ela precisava para construir a sua história.

"Meu pai contava a história de Malalai a toda pessoa que viesse à nossa casa. Eu a adorava, assim como amava ouvir as músicas que ele cantava para mim e a maneira como meu nome flutuava ao vento quando alguém o chamava."

Ouvir histórias na infância nos incendeia o coração e cria um terreno fértil para cultivar nossos sonhos. Assim foi com Malala que, ouvindo a história da heroína Malalai, já se identificava e aprendia a relacionar seu nome com música, histórias e lutas, preparando seu coração para a grande batalha que teria pela frente.

"Morávamos no lugar mais lindo do mundo. Meu vale, o vale do Swat, é um reino celestial de montanhas, cachoeiras generosas e lagos de água cristalina. Temos campos de flores silvestres, minas de esmeraldas, rios cheios de truta. As pessoas costumam chamar o Swat de Suíça do Oriente."

O amor pela natureza, identificando-se com ela e seu país, era uma outra forma de amor que a nutria por dentro, valorizando o lugar onde vivia.

"Minha mãe é muito bonita, e meu pai a adora. Trata-a como a um vaso de porcelana chinesa muito frágil, sem jamais encostar-lhe um dedo, ao contrario de como a maioria dos pachtuns trata as mulheres. O nome dela, Tor Pekai, significa 'tranças negras', embora seu cabelo seja castanho."

É impressionante que mesmo com uma forte identificação com o pai, não deixava de olhar de maneira especial sua mãe, traduzindo com palavras leves e carinhosas sua beleza e valorizando uma relação de respeito e de amor que havia entre os dois. Olhar cada pessoa com sua história e nos direcionarmos de forma amorosa, nos ajuda a enxergar o ser humano único, rico e verdadeiro que ali está. Esta atitude que na sociedade ocidental é tão pouco cultivada por causa dos julgamentos para Malala fluía naturalmente.

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Parte 2 - Maneiras de preparar novas gerações para a vida



Nesta semana, vamos retomar o assunto sobre as melhores maneiras de preparar as novas gerações para a vida. Confiram abaixo mais algumas dicas da psicóloga Fernanda Furia, listadas em um artigo do site Porvir, e comentários (em negrito) da pedagoga Jamile Magrin Goulart Coelho, diretora do Espaço Educacional: 

5 - Construir cidadania digital

“Cidadania Digital é o uso responsável e apropriado da tecnologia” (Mike Ribble-autor de “Raising a Digital Child”).

Cultura digital é um direito de todos, mas isso envolve responsabilidade. Portanto, as novas gerações precisam aprender a viver e a trabalhar nessa nova era de maneira ética e segura. É urgente a criação de programas escolares voltados para o uso adequado da tecnologia. Crianças e adolescentes precisam ter consciência dos riscos do universo digital e do impacto das informações publicadas na internet na vida deles.

Além disso, é importante que as novas gerações não só saibam utilizar as novas tecnologias, mas também conheçam a lógica dos computadores. Assim, estaremos formando cidadãos com mais autonomia digital e controle para criar ferramentas adequadas às necessidades do nosso mundo.

Está crescendo o número de iniciativas que incluem o ensino de programação nas escolas para promover a alfabetização digital.

A tecnologia nos trouxe uma nova realidade e as novas gerações precisam estar prontas para atuar nela. Por isso, a necessidade de incluir programação nas escolas e formar crianças e adolescentes para o uso da cultura digital de forma consciente e responsável.

6 – Repensar o ambiente físico escolar

Que tipo de ambiente escolar favorece o desenvolvimento das habilidades para o século 21? Espaços amplos, versáteis e com móveis modulares estimulam a colaboração e a interação entre os estudantes e professores. Inovadores educacionais não usam mais a palavra “sala de aula” e sim “ambientes de aprendizagem” ou “estúdios de aprendizagem”. A mudança na arquitetura das escolas reflete a transformação do conceito de ensinar e aprender.

Repensar o ambiente escolar para desenvolver as habilidades do século 21 e transformar as salas de aula em ambientes de aprendizagem é o nosso desafio. O Espaço Educacional já oferece um ambiente de aprendizagem fora do tradicional desde a sua fundação e cada ano reformulamos mais para associar a aprendizagem com produtividade e prazer. Temos o Espaço Interativo para criação de projetos de construção que unem uma área de interesse do aluno com o conteúdo estudado para fazer algo concreto que represente essa construção do aprendizado. E mais mudanças vem para o segundo semestre. Aguardem!

7- Capacitar professores

Professores e educadores no mundo todo estão sendo cada vez mais desafiados. Eles se encontram na linha de frente da educação, tendo de lidar com um cotidiano escolar difícil, cansativo e pouco valorizado. E agora precisam ainda se adaptar às novas tecnologias e usá-las de forma sensata e integrada ao contexto de cada escola.

Mais do que nunca, os professores necessitam de programas de capacitação para incorporar as novas práticas no cotidiano escolar.

No Espaço Educacional, temos capacitação dos professores de forma continuada o ano todo por meio de reuniões semanais e de treinamentos periódicos.

8 – Informar os adultos sobre a revolução na educação 

Ainda há uma falta de informação significativa por parte dos adultos sobre a revolução que está acontecendo na educação ao redor do mundo. Profissionais de diversas áreas, mesmo muito qualificados, muitas vezes nunca ouviram falar nas mudanças pelas quais os sistemas escolares estão passando. Essa situação é preocupante, pois são os adultos que vão contribuir para que essas mudanças se consolidem. Campanhas e ações criativas serão muito bem vindas para informar os adultos sobre as novidades na área da educação.

Informar os pais dessa revolução que está acontecendo é importante, pois muitas vezes eles estimulam que a escola continue nos padrões tradicionais que não preparam os jovens para resolver problemas no século 21.

9 – Proporcionar educação financeira aliada às emoções 

Muitas pessoas chegam na vida adulta sem nenhum preparo para se organizar financeiramente. Isto porque faltou um ensino mais estruturado sobre gestão financeira nos anos escolares. Mais ainda, faltou considerar as emoções na hora de lidar com dinheiro.

Ensinar uma criança a planejar seus gastos, a ter metas financeiras, a economizar e a ficar longe de dívidas é fundamental. Mas junto com tudo isso é necessário ensiná-la também que sentimentos como empolgação excessiva, ansiedade, preocupação e culpa acompanham e influenciam diretamente cada decisão ligada ao dinheiro. Aprender a controlar esses sentimentos previne inúmeros problemas financeiros ao longo da vida.

Educação Financeira tem muito a ver com as emoções como empolgação excessiva, ansiedade, preocupação e culpa. Equilibrar os hemisférios cerebrais é muito importante para lidar com as questões financeiras. Todos nós temos o lado direito do cérebro, que é emocional, e o lado esquerdo, que é racional. Para lidar com o financeiro, temos que trabalhar as emoções (que acabam gerando o desequilíbrio financeiro) para que o lado racional possa atuar adequadamente e equilibrar nossas finanças. A cultura do consumismo nada mais é do que atuar no aspecto emocional para levar a pessoa a comprar aquilo de que não precisa, ou seja, levá-la ao desequilíbrio financeiro e emocional.

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