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segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Depoimento: Mãe


Apresentamos com orgulho o depoimento de uma mãe de ex-aluna do Projeto Recomeçar do Espaço Educacional:

"Gostaria apenas de compartilhar com você, Jamile, que o Espaço Educacional foi muito importante para todos nós. Minha filha terminou o supletivo e começou a fazer um curso de Design Gráfico. Embora não tenha terminado a universidade, já está trabalhando por conta e é muito talentosa. Pouco a pouco vem conseguindo seus clientes e elogios aos seus trabalhos. Com isso sua autoestima está se fortalecendo a cada dia. Às vezes, nós pais, precisamos de ajuda para entender as várias formas de inteligência e como elas se manifestam. O Espaço nos ajudou nesse sentido. Parabéns por perseverar com o Espaço Educacional. O mundo precisa de mais Jamiles."

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Emoções no currículo



Cresce lá fora um movimento que defende a ideia de que é possível ensinar inteligência emocional às crianças – sobretudo, na escola. A pedagoga Jamile Magrin Goulart Coelho, diretora do Espaço Educacional, apresenta uma síntese e comentários sobre o texto com esse assunto da Solange Azevedo, na revista Claudia. Confiram:

Cresce um movimento em defesa da tese de que as competências socioemocionais, a capacidade de lidar com as situações e as pessoas – podem e devem ser ensinadas na escola. O principal argumento é que não se pode ignorar a inteligência emocional porque, além de ser fundamental para o sucesso nos relacionamentos, ela causa impacto significativo no desempenho acadêmico.

Em grande parte, o assunto entrou na ordem do dia porque começou a ser encarado como uma forma de combater enormes fantasmas que assustam a sociedade americana, como a violência, o uso de drogas, o bullying e até o suicídio infanto-juvenil. “A maneira como enfrentamos e dominamos as situações do cotidiano é a expressão da nossa inteligência emocional, e é importante que ela seja trabalhada na escola desde cedo”.

O impacto no aprendizado

Pesquisas indicam que aspectos emocionais, como autoconfiança e força de vontade, são tão ou mais importantes para o aprendizado do que as capacidades cognitivas: atenção, memória e organização. Umas delas, feita a partir do cruzamento de dados de 35 mil brasileiros inscritos no site temperamento.com.br, foi conduzida pelo psiquiatra Diogo Lara, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS). “Sob esse ponto de vista, é melhor ser alegre e desatento do que atento e desmotivado”, avalia o médico. Outros estudos, como no Reino Unido que acompanhou os registros de 17 mil crianças durante 50 anos, sugerem que essas características influenciam mais o sucesso pessoal e profissional do que outros tipos de inteligência, como a lógico-matemática e a linguística. Além de mostrar que a propensão para se dar bem na vida é maior entre as pessoas consideradas emocionalmente inteligentes, essas análises também sinalizam que a probabilidade de elas terem casamentos mais duradouros e sofreram menos depressão e ansiedade também é maior.

Projetos que se dispõem a desenvolver a inteligência socioemocional, ajudar a criar caminhos neurológicos que tornam as crianças capazes de se recuperar mais rapidamente de experiências negativas. “Uma criança confiante, bem-aceita e valorizada certamente estará mais desperta para o aprendizado. Entenderá, por exemplo, que errar faz parte da vida e aprenderá como agir diante de uma dificuldade. Saberá decidir se vai empacar, persistir ou se esforçar”, avalia a psicanalista Claudia Monti Schonberger, coordenadora de equipe clínica do Instituto Sedes Sapientiae, em São Paulo.

Emoções liberadas
Gerenciar bem as emoções, alertam os especialistas, não significa represá-las. A criança precisa encontrar abertura suficiente para sentir medo, angústia, raiva, tristeza, alegria, euforia. Em vez de dizer “não chore” ou “controle-se”, os adultos devem acolher os pequenos, procurar compreender as razões do comportamento deles e ajudá-los a dar respostas adequadas às situações.

Uma das formas mais eficazes de aprender a lidar com isso nessa fase da vida é por meio de brincadeiras. “Estimular o lado lúdico é importantíssimo”, lembra o psiquiatra Diogo Lara.

O psiquiatra ressalta que boa parte da saúde emocional da criança é transmitida pela família porque, até os 4 ou 5 anos, o cérebro infantil só tem capacidade para se ocupar dos vínculos mais íntimos. É a fase em que ela aprende a amar e ser amada.

De maneira geral, as escolas brasileiras ainda não se deram conta do quanto podem fazer para aprimorar as competências emocionais dos estudantes. “As escolas se preocupam com português e matemática, mas se esquecem dos aspectos emocionais que, no final das contas, têm até mais peso no desempenho acadêmico.”


Comentários

Faz 20 anos que o Espaço Educacional cumpre sua missão “Educar com competência, criatividade e afetividade” com base no tripé de sua proposta pedagógica: aspectos comportamental, cognitivo e emocional.

Sabemos que as competências emocionais são fundamentais para que o processo de aprendizagem aconteça e o estudante supere todos os obstáculos que o estão impedindo de obter melhores resultados na escola ou maior produtividade em seus estudos.

Todos os professores do Espaço Educacional consideram que a primeira etapa de qualquer projeto consiste em despertar no aluno o desejo de aprender, “acender o olho” e criar o envolvimento necessário para enfrentar e vencer desafios. Tudo isso aliado ao vínculo com o professor é essencial para o bom andamento dos projetos.


Para isso trabalhamos com ferramentas de autoconhecimento e de autoavaliação que auxiliam o estudante no processo de aprendizagem, levando-o a encarar os desafios, lidar melhor com os erros, melhorar a autoestima e formar vínculo com o professor, seu parceiro nesta trajetória.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

“Estamos sem tempo para refletir”



Daniel Goleman, psicólogo da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, afirma que estímulos constantes criaram uma geração sem foco, com dificuldade de desenvolver o raciocínio lógico e criativo. A boa notícia: é possível aprender a se concentrar. Devido à importância do assunto, a a pedagoga Jamile Magrin Goulart Coelho, diretora do Espaço Educacional, apresenta uma síntese e comentários da entrevista concedida pelo profissional à revista Exame (leia a reportagem aqui). Confira: 

Goleman, defende que - num momento em que a tecnologia e o excesso de informação geram distrações a cada minuto – criou-se uma geração sem foco, com dificuldade de desenvolver a capacidade de concentração. Mas, para ele, a atenção é como um músculo que pode ser treinado. E quem consegue chegar lá tem idéias melhores e mais criativas. É o que fazia Bill Gates quando presidia a Microsoft, nos anos 90. Em períodos que chamava de “think weeks” (numa tradução livre, “semanas para pensar”), ele passava uma quinzena numa casa no campo para pensar sem interrupções.


O senhor defende que as pessoas nunca estiveram tão desfocadas. Quais são as consequências?
Estamos sem tempo para refletir. Sem essa pausa não conseguimos digerir o que está acontecendo ao redor. Os circuitos cerebrais usados pela concentração são os mesmos que geram a ansiedade. Quando aumenta o fluxo de distrações, a ansiedade tende a aumentar na mesma proporção. Precisamos ter um momento, no trabalho e na vida, para parar e pensar. Sem concentração, perdemos o controle de nossos pensamentos. Mas o oposto, quando estamos muito atentos (excesso) também é um problema. Nos tornamos vítimas de uma visão restrita e da mente estreita. É preciso dar equilíbrio a isso.



Como escapar dessa armadilha?

Dormir bem ajuda na concentração. Mas o melhor exercício é criar um período em que as interrupções sejam proibidas. Isso significa não ter reuniões, receber ligações, ver e-mails ou ter contato com qualquer outra fonte de distração. No Google, por exemplo, os funcionários têm sido incentivados a parar por alguns minutos durante o dia e prestar atenção na própria respiração. Isso faz com que o circuito do cérebro responsável pela concentração seja ativado. Existem três tipos de foco: o interno, o externo e o empático (voltado para o outro). O interno é a habilidade de se concentrar, apesar do que há ao redor. O externo é a capacidade de análise do ambiente. E o empático é a competência de prestar atenção em alguém. O foco interno é a chave para o profissional se motivar, ter metas, se controlar. O foco externo ajuda na leitura da situação de forma mais ampla. É com ele que conhecemos quem são os competidores, como está o mercado, a economia e quais são as mudanças tecnológicas. A empatia é importante para quem quiser ser um bom líder. Ela é a forma como entendemos e falamos com as pessoas.


Em seu livro, o senhor cita Steve Jobs, fundador da Apple, como alguém com alto poder de foco. Ele praticava meditação, considerada um bom exercício de concentração. Como a prática pode ser útil?

Ao meditar, Jobs entrava no estado de consciência aberta. Experimentos sugerem que estar nesse estado, que é dar atenção a tudo o que está passando na mente, é a fonte dos pensamentos mais criativos. É ir além de reunir informações e ter uma atenção seletiva, num processo que usamos para resolver um problema particular. É liberar o cérebro para fazer as associações acidentais que levam a novas percepções. Artistas e inventores costumam praticar devaneios produtivos.


Como não ceder à tentação de ficar conectado o tempo todo?
Exercitar o foco é importante. Realizar a tarefa e, só depois, ver as notícias ou responder a um e-mail. A melhor forma de fazer isso é dando recompensas. Você só pode acessar um site que deseja depois de terminar determinada atividade que planejou.



No livro, o senhor diz que profissionais que atuam em áreas de que gostam têm mais poder de foco. Por que isso acontece?

O que precisamos fazer é buscar tarefas mais difíceis. Isso aumenta o poder de foco. E costumamos perseguir espontaneamente isso com mais frequência quando gostamos do que fazemos.


Comentário

Exercitar a capacidade de atenção e concentração é um dos desafios do sec. XXI, principalmente para as novas gerações que usam a tecnologia de forma constante tanto para estudo, trabalho como para o lazer. Buscar novos recursos e estratégias para o desenvolvimento da atenção e concentração de nossos estudantes é uma das metas do Espaço Educacional no ano de 2014.

Achei bastante interessante este artigo com a entrevista de Daniel Goleman. Ele mostra um enfoque diferente para desenvolver a criatividade a partir da capacidade de concentração. Isso porque a criatividade na maioria das vezes é associada a uma forma não linear de pensamento, a uma tempestade mental (brainstormimg) e não à capacidade de atenção e concentração. 

A atenção e a concentração é um dos itens do aspecto comportamental da proposta pedagógica do Espaço Educacional e a criatividade é um dos pilares da nossa missão: Educar com competência, criatividade e afetividade.