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quinta-feira, 28 de maio de 2015

Projeto Alimentação Passarinhos

Este projeto foi construído pelos alunos do Projeto Recomeçar, Gabriel Picirillo e Christian Burmaian  com os professores Cristiane Mageika e Marcos Oliveira.

Jardim do Espaço Educacional


Gabriel Picirillo e Christian Burmaian



 Christian Burmaian


terça-feira, 26 de maio de 2015

Depoimento de Daniel Larusso

Há 14 anos, quando eu me mudei pra Floripa, eu estava no ensino médio e achava que a escola ia me preparar pro futuro.

Eu estava errado.

Eu sempre tive um desejo interno enorme por mais liberdade e autonomia. E a escola queria me ensinar controle e obediência.

Estudei muito no Colégio Catarinense para passar no vestibular da UFSC e nunca mais precisar tocar num livro de química. Eu só queria me livrar da escola.

Então eu passei no vestibular, sai da escola e fui pra faculdade.

Eu queria escolher o que eu ia aprender. Achei que isso ia acontecer na universidade.

Eu estava errado.

Depois de uns 5 anos acordando cedo, respondendo chamadas e entregando trabalhos eu descobri que o que eu queria da vida estava fora daqueles limites.

Eu me formei, sai da faculdade e fui trabalhar.

Talvez trabalhando eu poderia, finalmente, fazer algo incrível e viver uma vida que valesse a pena.

Mas eu descobri que o emprego era a maior prisão na qual eu podia me meter.

Eu estava errado de novo.

Eu fiquei um ano me demitindo, saí do trabalho e fui empreender.

O sistema de educação passou anos me ensinando que eu deveria estar certo. E que era muito errado estar errado.

Mas eu descobri que era isso que estava errado.

Foi só depois de olhar pra mim mesmo e empreender que descobri que errar é okay.

Aprendi que somente eu mesmo podia me preparar para o futuro, errando e lidando com isso.

O verdadeiro aprendizado não está numa escola, numa faculdade, num curso. Está em mim mesmo.

Desde 2011 eu tenho empreendido. Nunca na minha vida eu aprendi tanto.

Estou lidando diariamente com as minhas limitações, meus medos e vivendo a vida que eu quero viver ao construir as soluções que eu quero ver no mundo.

Primeiro, eu quis um jeito de aprender e ensinar qualquer coisa em qualquer lugar, e assim nasceu o Nós.vc. Uma plataforma de aprendizado colaborativo e presencial.

Depois, criei com meus amigos a escola que eu gostaria de ter tido. E nasceu o Estaleiro Liberdade, uma escola pirata de empreendedorismo através do autoconhecimento, que acontece em Porto Alegre e São Paulo, onde moro.

Mais recentemente, eu quis encontrar um jeito mais rápido e leve de lançar um projeto. E assim nasceu o LAUNCH!, um programa pra transformar ideia em ação, em um mês.

Essa trajetória me transformou.

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Avaliação deve reforçar potencialidades e sucessos



A avaliação nas escolas deveria ter o propósito de promover a transformação e um evento em São Paulo terá palestra sobre um novo modelo, que prevê envolvimento de alunos, pais, professores e supervisores. Confira detalhes publicados no site do Porvir

No contexto educacional, a avaliação tem – ou pelo menos deveria ter – o propósito de promover a transformação. Em vez de registrar dificuldades e fracassos, o objetivo deve ser estimular a criatividade, investir no aperfeiçoamento contínuo e provocar o envolvimento de alunos, pais, professores e supervisores, que devem ser ouvidos e ter suas opiniões consideradas. Esse novo modelo é chamado de avaliação apreciativa e será tema da palestra de “A Avaliação como Fonte de Informação, Problematização e Ressignificação do Processo Educativo”, da consultora Thereza Penna Firme, durante a Bett Brasil Educar 2015, maior evento de educação da América Latina, que será realizado entre os dias 20 e 23 em São Paulo.

Segundo a consultora em avaliação e doutora em educação e psicologia da criança e do adolescente pela Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, esse novo modelo é um modo humanizante de se olhar o processo avaliativo, que reforça potencialidades e sucessos. Para ela, ênfase na direção positiva não elimina a percepção dos aspectos negativos. Não se trata de ignorar os problemas, mas de descobrir as potencialidades do aluno, respeitar a sua autoestima e dar a ele a oportunidade de reconhecer seus acertos para, dessa forma, ter condições de enfrentar suas falhas e pontos de dificuldade. “A hierarquia deve ser primeiro diagnosticar o que está dando certo, ou seja, descobrir a realidade no seu lado mais promissor, e depois o que precisa ser corrigido. É essa a avaliação que transforma, por perder o caráter repressivo e ir além do quantitativo. É a substituição da avaliação de ‘pontos’ pela avaliação de ‘ponta’”, diz.

A ideia desse modelo é promover o diálogo nessa etapa de transição, em que há a preocupação de tornar a avaliação mais moderna, democrática e participativa, impregnada pelo respeito ao avaliado e com a possibilidade de uma troca de papeis, em que o avaliador também se torna avaliado e vice-versa. “Nessa perspectiva, a questão crucial é descobrir o que é preciso fazer para criar e desenvolver avaliações que sejam realmente utilizadas para reduzir incertezas, melhorar a efetividade e tomar decisões relevantes”, explica Thereza.

Há um consenso entre especialistas da área em relação aos padrões de excelência para a avaliação no século 21, definidos de acordo com critérios como utilidade, o que significa que uma avaliação não deverá ser realizada se não for útil para tomadas de decisões; viabilidade, segundo o qual ela terá que ser conduzida de forma prática e efetiva, com linguagem clara e direta; ética, no respeito aos indivíduos ou instituições, sem formular juízo se não houver a informação mais completa sobre o contexto e as condições em que será realizada; precisão, com garantias de que a metodologia utilizada é a mais adequada ao que está sendo avaliado; e prestação de contas, em que há transparência no processo, com explicações claras sobre como será feita a avaliação e quais critérios serão utilizados.

Porém, para que esses padrões sejam efetivos, é importante entender qual é o mérito ou qualidade do processo avaliativo e se ele irá provocar algum resultado, defende a consultora. Primeiramente, a avaliação deve ser entendida de fato como um processo, e não como um evento do calendário escolar. Para avaliar o aluno, o professor precisa antes se perguntar como foram as aulas, em que condições o estudante foi ensinado, se houve algo digno de nota na classe ou no ambiente familiar do aluno que poderia influenciar o processo. Ou seja, houve condições para o aprendizado? Nesse sentido, torna-se imprescindível não só a autoavaliação do próprio professor e o feedback dado por superiores, colegas e alunos, mas também a capacitação do avaliador.

Esse tipo de formação ainda é um grande desafio no Brasil, de acordo com Thereza. “Trabalha-se a didática do professor, o como ensinar, mas não o como avaliar. Em geral, o professor avalia da mesma forma como ele foi avaliado quando aluno, mas os paradigmas mudaram. É preciso não só capacitar os profissionais para realizar avaliações dentro do modelo apreciativo, mas também tirar preconceitos e rótulos.” Um deles, segundo a especialista, é em relação à promoção do aluno. “A repetência, comprovadamente, não melhora o aprendizado. Deixar o aluno com dificuldades e reprová-lo, mesmo com boas intenções, não adianta nada. O ideal é avaliar tão bem que não seja necessário reprovar.”

Isso quer dizer que, se o processo avaliativo ao longo do ano letivo for feito de forma a identificar potencialidades e pontos a serem aprimorados, o professor pode investir no reforço do conteúdo, na variação do método de ensino, na análise do contexto de aprendizagem e na motivação do aluno para, dessa forma, alcançar bons resultados. Com isso, muda-se o conceito de avaliação do classificatório para o promocional. “Um bom professor de ensino básico conhece a sua disciplina em todas as séries, não só na que ministra aulas atualmente. Por saber a continuidade da matéria, ele tem condições de antecipar as dificuldades do aluno e ajudá-lo na trajetória para a próxima série“, afirma Thereza, acrescentando que a participação da família nesse processo é fundamental, especialmente quando ela ainda acredita que a reprovação é a melhor saída.

As novas tecnologias podem ser boas aliadas nesse esforço, por estarem inseridas no dia a dia do aluno e ajudarem a promover o engajamento necessário. Para a especialista, o professor deve lançar mão de qualquer recurso que assegure uma avaliação de qualidade e que simplifique e agilize os processos, seja utilizando computadores, tablets, smartphones ou outras ferramentas, desde que eles agreguem e não substituam o diálogo e a relação interpessoal entre aluno e professor. “Essa interação é fundamental e pode ser potencializada pelo uso da tecnologia se o profissional souber utilizá-la, inclusive não só limitando a sua aplicação, mas também respeitando o uso desses dispositivos pelos alunos. A tecnologia é ótima, desde que se saiba quando ligá-la e desligá-la”, finaliza.