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quinta-feira, 19 de junho de 2014

Maneiras de preparar novas gerações para a vida


Já se perguntou quais são as melhores maneiras de preparar as novas gerações para a vida? Esse é o tema de um artigo do site Porvir, com dicas da psicóloga Fernanda Furia, que cita 10 dicas. Hoje, vamos falar de quatro delas com trechos do texto e comentários (em negrito) da pedagoga Jamile Magrin Goulart Coelho, diretora do Espaço Educacional: 

As crianças precisam desenvolver desde cedo capacidades específicas como consciência e autocontrole das emoções, resiliência, capacidade de resolver problemas, organização e paciência. Esses são alguns exemplos das chamadas habilidades socioemocionais, também conhecidas como competências para o século 21 ou capacidades não cognitivas. É esse conjunto de habilidades que realmente conta quando a vida nos desafia, nos machuca e nos presenteia também.

O mundo mudou profundamente e uma onda de novas possibilidades já chegou. A maneira de aprender e de ensinar está mudando, o nosso jeito de trabalhar está se transformando e a nossa visão sobre o que é necessário para lidar com a vida está se atualizando.

Veja algumas formas de preparar as novas gerações para a vida: 

1-Conscientizar adultos e crianças sobre o impacto das emoções em decisões Infelizmente, os adultos de maneira geral não têm consciência da importância e do impacto que as emoções têm no cotidiano. Querendo ou não elas interferem nas nossas decisões e influenciam o nosso futuro. Aprender o b-a-ba das emoções é como se alfabetizar para a vida.

Conhecer a enorme gama de diferentes sentimentos, dar nome a eles, controlar as emoções e ser capaz de perceber os sentimentos das outras pessoas é a base para todas as relações humanas.

O Projeto Alfabetização Emocional da Jamile Coelho auxilia na educação de como lidar com as emoções (tristeza, raiva, medo, alegria e afeto) utilizando técnicas como o brainstorming e atividades como narração de historias de vida, associação das emoções com as inteligências múltiplas e também por meio da expressão artística. Dessa forma, trabalhamos a expressão das emoções de maneira saudável, prazerosa e também terapêutica.

Muitas escolas já trabalham algumas questões emocionais, mas isso acontece sem um objetivo claro e sem necessariamente uma integração com situações da vida real. Campanhas sociais, ações variadas e programas educacionais em escolas públicas e privadas são maneiras de criar essa consciência nas pessoas. Uma iniciativa de sucesso é o programa Ruler, da Universidade de Yale, que atua em várias escolas no Canadá, Austrália, Inglaterra e Estados Unidos.

O Espaço Educacional sempre acreditou que trabalhar as competências socioemocionais é fundamental para que a aprendizagem aconteça, pois só existe aprendizagem com envolvimento e só existe envolvimento quando as emoções fazem parte do que se está vivenciando. Educação é para a vida e não é restrita à escola ou à família. O aprender a lidar com as emoções, reconhecendo-as em si mesmo e nos outros está em todas as situações e não em apenas algumas situações especificas. Este é um paradigma que precisamos quebrar.

2- Estimular o brincar

Você sabia que brincar tem um objetivo? Stuart Brown, psiquiatra e fundador do National Institute for Play, se dedica há anos à importância do brincar. Ele estudou o impacto da privação do brincar em criminosos em série e o papel do brincar em diversas espécies animais.

Conclusão: brincar tem uma função biológica e social de sobrevivência. Os animais predadores brincam de lutar e de observar um ao outro, capacidades fundamentais na hora da caça. As crianças brincam para ensaiar habilidades que serão necessárias na vida adulta. Ao brincar elas exercitam a comunicação e aprendem a diferença entre a brincadeira amigável e o bullying. Além disso, elas usam o corpo, se arriscam, resolvem problemas de forma criativa, controlam as emoções e respeitam as regras do jogo. Essas características desenvolvidas através do brincar são a semente do comportamento inovador tão importante atualmente. Brincar é o berço da inovação. Mais do que nunca, estamos carentes de tempo e espaços para brincar, não só na infância, mas na vida adulta também.

“Brincar desenvolve nossos músculos e habilidades sociais, fertiliza a atividade cerebral, aprofunda e regula as nossas emoções, nos faz perder a noção do tempo e proporciona um estado de equilíbrio.” (Stuart Brown-American Journal of Play)

O Processo de aprendizado precisa ser lúdico, pois a motivação desperta a energia e a vontade de aprender. Recursos motivacionais que têm a ver com as áreas de interesse das pessoas é que despertam a curiosidade e o desejo de aprender de forma leve e produtiva. Vimos no Porvir uma reportagem que falava que toda a escola deveria funcionar como um jardim da infância exatamente para mostrar a importância do lúdico no aprender.

Nunca se falou tanto em inovação como no momento, ou seja, a necessidade de resolver problemas de forma inovadora a partir da bagagem das pessoas, como nos propõe o Design Thinking e técnicas como Brainstorming, que só funcionam se a “criança” que existe dentro de cada um de nós vier á tona e, para que isso aconteça, é preciso trabalhar o lúdico.

3- Educar para sustentabilidade

Grandes desafios ambientais estão por vir. Por isso, não basta ensinar as crianças a reciclar o lixo, a economizar água e a cuidar do meio ambiente. Tudo isso é muito importante, mas é fundamental ajudá-las a formar uma mentalidade sustentável. Ou seja, uma maneira de ver o mundo em que todas as decisões e atitudes diárias tenham na sua essência a noção de durabilidade, de aproveitamento de recursos e de resíduos, de cooperação entre as pessoas, de senso de comunidade e de transparência nas relações. Conceitos como economia circular e consumo consciente devem ser ensinados desde cedo nas escolas.

Um ótimo exemplo é a proposta da Sandal Magna School na Inglaterra. Além de inserir no currículo escolar as noções de sustentabilidade, a escola oferece também um ambiente físico todo planejado de forma sustentável. Ela é considerada uma das escolas com maior eficiência de carbono na Inglaterra e recebeu o prêmio de arquitetura Riba Awards (The Royal Institute of British Architects, em inglês), um dos mais rigorosos e conceituados da Inglaterra.

No Brasil temos o AKATU de Silvia Sá, fazendo um excelente trabalho com sustentabilidade, estimulando com várias iniciativas o conhecimento e a participação em campanhas como, por exemplo, “De onde vem as coisas?”. Novos projetos estão surgindo como o “Desde Pequeno” de Priscilla Dallari, enfatizando a importância da educação financeira, educação política e cidadania.

4 - Investir na primeira infância

Prevenção e intervenção precoce. Essas são as palavras-chave para evitarmos problemas futuros e formarmos cidadãos saudáveis e capazes de tomar decisões adequadas para a nossa sociedade. Por exemplo, uma criança que é diagnosticada precocemente com um transtorno no desenvolvimento pode ser tratada antes que suas dificuldades se cristalizem. Assim, ela terá muito mais chance de se tornar um adulto produtivo.

É fundamental a criação de políticas públicas voltadas para o desenvolvimento de serviços médicos, psicológicos, educacionais e culturais de qualidade voltados para a primeira infância. Investimentos nesta fase podem gerar uma reação em cadeia que fomenta ganhos econômicos e de capital humano durante todo o ciclo de vida.

Posso afirmar que inúmeros casos que recebemos no Espaço Educacional ilustram a importância desta afirmação de investir na primeira infância. Muitos jovens chegam com um bloqueio no processo de aprendizagem e muitas vezes vão para aulas particulares que se transformam em muletas, pois só trabalham o conteúdo, enquanto que o foco seria desmistificar o processo de aprender e torná-lo produtivo e prazeroso. Quando fazemos um diagnóstico inicial para entendermos qual deve ser a direção do projeto, na maioria das vezes constatamos que tudo começou na primeira infância.

Leia o artigo completo clicando aqui.

sábado, 14 de junho de 2014

Design Thinking



Você sabe o que é Design Thinking? Confira detalhes sobre essa forma inovadora de resolver problemas em conjunto que já é utilizada no Espaço Educacional: 

O Design Thinking é uma forma inovadora de resolver problemas em conjunto que parte dos seguintes pressupostos: cada ser humano tem seu potencial, talentos e habilidades que precisam ser compartilhados; trabalhar com espírito de colaboração e empatia só gera riquezas para o desenvolvimento de cada um e do grupo; podemos criar soluções que podem ser entendidas, construídas e aplicadas e remodeladas em conjunto.

É um modelo mental, uma abordagem prática que acelera a inovação e soluciona problemas por meio de um olhar humano. Ao baixar as barreiras da hierarquia e do pensamento exclusivamente cartesiano, oferece um espaço para as ideias emergirem sem julgamentos antecipados, fazendo com que o nosso cérebro seja forçado a sair da sua zona de conforto, e, a partir daí, enxergar futuros desejáveis.

Precisamos pensar em novas escolhas, em novos futuros que consigam responder à complexidade do mundo que vivemos hoje. Pensar e agir da mesma maneira como agimos há 100 anos não vai nos levar a futuros diferentes. O Design Thinking se propõe a uma nova maneira de pensar, é um processo criativo baseado em três grandes valores: empatia, colaboração e experimentação.

O grande diferencial do Design Thinking é o foco no ser humano. Todos temos a capacidade de usar o nosso conhecimento de maneira complementar ao de outros. Quando uma pessoa pensa em um problema, ela certamente tem uma visão única sobre ele, mas, se multiplicarmos os olhares, teremos diferentes perspectivas, chegando mais perto do que é esse problema na realidade. Essa diversidade de olhares somada a multidisciplinaridade nos permite enxergar oportunidades e soluções que jamais seriam possíveis se geradas por uma só cabeça.

A tecnologia faz parte de nossa vida, mas o pensar, sentir e agir é do ser humano, pois a ele cabe fazer tudo ganhar significado e propósito.

domingo, 8 de junho de 2014

A minha história com Gustavo e João Vitor


A pedagoga Jamile Magrin Goulart Coelho, diretora do Espaço Educacional, elaborou o Perfil Cognitivo de Gustavo Torres e João Vitor Pereira, e se emocionou com o depoimento do Gustavo em seu blog (clique aqui para ler). Confiram a visão da Jamile sobre sua história com os dois jovens:

Gustavo Torres e João Vitor Pereira são alunos do Ismart que cursam o ensino médio no Colégio Santo Américo. Eu os vi pela primeira vez no vídeo do Ismart Online dando os seus depoimentos para incentivar outros alunos a correrem atrás de seus sonhos.

No lançamento do Ismart Online, encontrei pessoalmente o Gustavo e ofereci um trabalho de Vocacional para ele. Ficamos amigos no Facebook e marcamos nosso encontro. Esse encontro foi excelente, pois conversamos, elaboramos e discutimos o seu Perfil Cognitivo e percebi o quanto era receptivo a um trabalho de autoconhecimento. Por isso, tudo fluiu.

Neste contato, conheci o projeto que ele e um amigo, João Vitor, estavam realizando com jovens da comunidade em que vivem no bairro do capão Redondo, o DSJ (Descobrindo o Sonho Jovem). O objetivo desse projeto é despertar nos jovens da comunidade onde vivem a consciência de que é possível acreditar e lutar pelos seus sonhos. 

Elaborei também o Perfil Cognitivo do João Vitor e fiz um estudo comparativo do potencial de cada um, discutindo pessoalmente com eles e mostrando o quanto se complementam em termos de competências e habilidades para atuar juntos.

Vi nesses dois rapazes de 17 anos uma consciência social e uma vontade de ajudar que me encantou. 

Na semana anterior, o índice de curtidas do Espaço Educacional aumentou muito e eu não identificava o motivo. Foi quando fiquei sabendo de uma publicação no blog do Gustavo em que falava sobre tudo que fizemos juntos. Foi então que entendi de onde vinham tantas pessoas novas.

Vejam o movimento da vida quando existe um espírito de colaboração entre as pessoas, não importa a faixa etária e onde moram, pois a cidade de SP é imensa e nós nos encontramos, eu o ajudei e ele me retribuiu, mesmo que não de forma intencional. 

Quando li tudo que ele escreveu no blog, eu me emocionei e senti nascer dentro de mim um sentimento de gratidão pela vida, pelos encontros que ela nos proporciona e pelo espírito de doação que existe dentro de cada um de nós e que, muitas vezes, só precisa vir à tona por algum motivo maior que a gente nem entende.

Eu estou dando uma pequena colaboração neste projeto (DSJ), mas recebendo e aprendendo muito com esses jovens. Acredito que o que nos uniu é o fato de acreditarmos em sonhos e lutarmos de corpo e alma para que eles se realizem. Essa sempre foi a tônica de minha vida e é a deles também.

Esta história real e atual responde a uma pergunta: O que uma geração pode aprender com a outra? Tudo que quiser e necessitar. O aprendizado nos acompanha a vida toda e promove encontros para essa troca. É só estar atento aos sinais e ter o coração aberto, que tudo flui. Essa é a nossa história, Gustavo e João Vitor, que começamos a escrever apenas algumas linhas, mas que ainda há muito a ser compartilhado. Sou grata!

domingo, 1 de junho de 2014

Neuroplasticidade e o Perfil Cognitivo


Durante muitos anos, se acreditou que, a partir de certa idade, o número de neurônios não se renovava mais. As últimas investigações da neurociência demonstram que o cérebro pode se regenerar mediante seu uso. A chave é a neuroplasticidade, que é moldar a mente, o cérebro, por meio da atividade. Compartilhamos com vocês dados divulgados pelo neurologista Elkhonon Goldberg, diretor do Instituto de neuropsicologia e funcionamento cognitivo de Nova York, Estados Unidos. Confiram também os comentários da pedagoga Jamile Magrin Goulart Coelho, diretora do Espaço Educacional:

O neurologista Dr. Elkehonon Goldberg e sua equipe da Universidade de Nova York e neurocientistas da Universidade de Londres descobriram que o cérebro muda e cria novos neurônios na área que mais utilizamos segundo nossa atividade mental.

Em 2000, descobriram, a partir de estudos e pesquisas, que os taxistas tinham a parte do hipocampo do cérebro (região importante para memória espacial) mais desenvolvida porque a utilizavam em seu dia a dia. Em 2002, constataram que os músicos tinham a área do córtex cerebral mais desenvolvida, pois essa é a área mais utilizada para processar a música. Em 2004, concluíram que os cérebros das pessoas bilíngues tinham a área da circunvolução angular esquerda mais desenvolvida, porque é a área da estrutura da linguagem e a que mais exercitavam.

Da mesma forma que o exercício físico protege nossa saúde cardiovascular, o exercício cognitivo protege nossa saúde cerebral ou mental de doenças como Alzheimer, tão comum nos dias atuais. 

Sabemos que o processo de aprendizado é continuo e nos acompanha em todas as etapas da vida.

No inicio de qualquer processo de aprendizado necessitamos mais do hemisfério direito, mas quando alcançamos certo nível de perícia, essas atividades passam a ser controladas pelo hemisfério esquerdo.

Ao longo da vida acumulamos um repertório de habilidades e competências cognitivas que nos permitem abordar novas situações com familiaridade, que nada mais é do que a experiência.

Nas etapas avançadas da vida nossa atividade mental fica mais dominada por essas rotinas cognitivas, pelo piloto automático. No entanto, para a resolução de problemas complexos, o que para uma mente jovem pode ser um desafio, para a mente com mais experiência torna-se mais fácil, pois reconhece instantaneamente padrões que já assimilou.

A vida mental intensa desempenha um papel essencial no bem-estar cognitivo e na manutenção do funcionamento dos hemisférios cerebrais. 

A estimulação cognitiva que obriga a utilizar o hemisfério direito é um ingrediente no estilo de vida que ajuda a evitar a deterioração do cérebro.

Que tal incluir o exercício cognitivo regular, um Fitness Mental, como um traço de nosso estilo de vida?

Conclusões

- Nós podemos criar novos neurônios dependendo de nossa atividade mental ao longo da vida;

- O esforço e o resultado para criar novos neurônios dependem da atividade mental que mais exercitamos.

- Os efeitos são específicos dependendo da natureza da atividade mental e os novos neurônios se multiplicam com intensidade em determinadas zonas cerebrais, ou seja, nas zonas do cérebro que mais utilizamos em nosso dia a dia;

- O cérebro muda de forma segundo as áreas que mais utilizamos, de acordo com nossa atividade mental regular. 

Comentário

O Espaço Educacional oferece uma ferramenta excelente que o ajudará nesse exercício: Perfil Cognitivo. É um recurso de autoconhecimento que nos ajuda a ter uma visão panorâmica de nosso potencial e de nossas fragilidades. A partir do resultado, aprendemos a explorar nossas habilidades, potencializando-as, e a exercitar aquilo que precisamos desenvolver.

Com os estilos de aprendizado, exercitamos a nossa comunicação e nossa forma de aprender, passamos a observar e reconhecer como as pessoas aprendem para conquistar uma comunicação eficiente e uma aprendizagem produtiva. 

Com os estilos de raciocínio ou de comportamento, exercitamos nossa capacidade para resolver problemas com inteligência emocional, ou seja, acessar o hemisfério cerebral esquerdo para enxergar a realidade e o hemisfério cerebral direito para ter acesso aos nossos sentimentos e, assim, agirmos alinhados com nossas convicções. A busca do equilíbrio entre razão e emoção é um processo que nos acompanha a vida toda e que nos auxilia a fazer escolhas.

Com as inteligências múltiplas, descobrimos nossas áreas de interesse, onde se localizam nossas habilidades e talentos. Uma nova concepção do que é ser inteligente surge e tem muito a ver com as exigências do século XXI. As inteligências múltiplas podem ser utilizadas como um recurso que nos agrega muitos benefícios, como aliar vocação com profissão, descobrir canais saudáveis para liberar o estresse e estimular a criatividade.