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quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015



O modelo da KIPP School, dos Estados Unidos, é fundamentado na pesquisa do Dr. Martin Seligman da UPenn e do falecido Dr. Chris Peterson, considerados os pais da Psicologia Positiva. Junto com o trabalho de Dr. Angela Duckworth, a KIPP tem uma abordagem baseada em sete características que são preditivos de sucesso a longo prazo, vidas felizes e bem-sucedidas e bem-estar:entusiasmo, persistência, otimismo, auto-controle, gratidão, inteligência social e curiosidade. Confira detalhes, com informações do blog da Tonia Carasin:

ENTUSIASMO: abordar a vida com entusiasmo e energia ; sentir-se vivo e ativo

Comportamentos: Participa ativamente; mostra entusiasmo; revigora outros

AUTO- CONTROLE: regular o que se sente e faz; ser auto-disciplinado

Comportamentos: Vai para a aula preparado; presta atenção e resiste a distrações; lembra e segue as instruções; começa a trabalhar de imediato, em vez de procrastinar; mantém a calma mesmo quando criticado; permite que os outros falem, sem interrupção; é educado com todos; mantém seu temperamento sob controle.

GRATIDÃO: ser consciente e grato por oportunidades que se tem e pelas coisas boas que acontecem

Comportamentos: Reconhece e demonstra apreço pelos outros; reconhece e demonstra apreço por suas oportunidades

CURIOSIDADE: ter interesse em experiências e em aprender coisas novas para o seu próprio bem; achar coisas novas fascinantes

Comportmentos: Fica ansioso para explorar coisas novas; faz perguntas e solicita respostas para aprofundar sua compreensão; ouve ativamente os outros

OTIMISMO: espera o melhor no futuro e trabalha para alcançá-lo

Comportamentos: Recupera-se de frustrações e reveses rapidamente; acredita que o esforço vai melhorar seu futuro

PERSISTÊNCIA: terminar o que começa; completa uma tarefa ou projeto apesar dos obstáculos; uma combinação de persistência e resiliência.

Comportamentos: acaba tudo o que começa; se esforça muito, mesmo depois de experimentar o fracasso; funciona de forma independente com foco no objetivo.

INTELIGÊNCIA SOCIAL: estar consciente dos motivos e sentimentos de outras pessoas e de si próprio, em grupos pequenos e grandes.

Comportamentos: Capaz de encontrar soluções durante os conflitos com os outros; demonstra respeito pelos sentimentos e perspectiva dos outros; sabe quando e como incluir outros

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Movimento estimula jovens a buscarem a felicidade


O texto para reflexão desta semana é sobre um movimento que estimula jovens a buscarem a felicidade. O projeto chamado Buena Onda é voltado para autoconhecimento, reflexão e protagonismo em relação a própria vida. Confiram o texto do Porvir:

“As escolas discutem pouco o que é importante de verdade. Somos ensinados a entender a vida como uma luta, uma batalha, mas o mais importante é aprender a viver e não aprender a ganhar a vida”. Esse é o argumento de Rogério Oliveira, ao explicar o movimento que fundou, o Buena Onda, que realiza palestras, aulas e workshops para empresas e escolas sobre felicidade, mudanças e escolhas.

Voltada para jovens que estão prestando vestibular, o movimento participa do Descomplica, um site de videoaulas que prepara estudantes para o Enem, com o intuito de ajudar a tirar o peso que esse momento de escolhas relacionadas a universidade, carreira e profissão representa para o jovem. “É como se isso fosse definir quem eles vão ser para o resto da vida. Por isso, nos propomos a falar o que eles não escutaram durante todos os anos da vida escolar”, argumenta Oliveira.

A aula de mais de duas horas de duração baseia a parte conceitual em um manuscrito de Platão, conta o fundador, e é dividida em três elementos principais que, combinados e colocados em prática, elevam as chances de se levar uma existência mais plena: ser dono da própria vida, a questão da liberdade e sair do piloto automático.

“Ser dono da própria vida quer dizer assumir a responsabilidade, queremos levar a ideia de protagonismo para os jovens”, conta. Sobre a questão da liberdade, o debate é contra a autocensura que muitas pessoas fazem para ou por causa de outras pessoas. “É sobre manter suas crenças em todas as situações, independentemente do julgamento dos outros”, resume Oliveira. Já sair do piloto automático quer estimular os jovens a perceberem o quanto das decisões que tomam são por eles e o quanto são pela formação que tiveram de casa, do bairro, da cidade ou país. “Queremos faze-los questionar se realmente querem fazer o que estão fazendo. Querem mesmo fazer uma faculdade? Querem ter filhos?”, pontua.

“Ser dono da própria vida quer dizer assumir a responsabilidade, queremos levar a ideia de protagonismo para os jovens”

Todo esse trabalho é para fazer os jovens que estão buscando seus próprios caminhos compreenderem que podem trilhar rumos completamente diferentes do padrão, do comum na sociedade. “Somos quase uma linha de montagem, desenhados para funcionar nessa engrenagem, somos programados desde cedo para isso”, argumenta Oliveira, que completa dizendo que o mais valioso é o entendimento que “ser eu mesmo” basta.

Para ele, quanto mais cedo esses questionamentos e reflexões forem feitos, melhores serão os resultados, pois “quanto mais tempo de vida passar, mais treinado estamos para fazer parte dessa engrenagem”.

O movimento está desenvolvendo um projeto para trabalhar com crianças, que será mais voltado para questões de percepção corporal, envolvendo meditação e atividades mais lúdicas. “É como aprender um novo idioma, quanto mais cedo, melhor”, diz Oliveira.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

É possível fazer educação de qualidade sem escola, diz o educador Tião Rocha



Confiram o texto "É possível fazer educação de qualidade sem escola, diz o educador Tião Rocha", publicado no QSocial

É possível fazer educação embaixo de um pé de manga? Não só é, como já acontece em 20 cidades brasileiras e em Angola, Guiné-Bissau e Moçambique. Decepcionado com o processo de “ensinagem”, o antropólogo Tião Rocha pediu demissão do cargo de professor da UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto) e criou em 1984 o CPCD (Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento).

Curvelo, no Vale do Jequitinhonha (MG), foi o laboratório da “escola” que abandonou mesa, cadeira, lousa e giz, fez das ruas a sala de aula e envolveu crianças e familiares na pedagogia da roda. “A roda é um lugar da ação e da reflexão, do ouvir e do aprender com o outro. Todos são educadores, porque estão preocupados com a aprendizagem. É uma construção coletiva”, explica.

O educador diz que a roda constrói consensos. “Porque todo processo eletivo é um processo de exclusão, e tudo que exclui não é educativo. Uma escola que seleciona não educa, porque excluiu alguns. A melhor pedagogia é aquela que leva todos os meninos a aprenderem. E todos podem aprender, só que cada um no seu ritmo, não podemos uniformizar.”

Nesses 30 anos, o educador foi engrossando seu dicionário de terminologias educacionais, todas calcadas no saber popular: surgiu a pedagogia do abraço, a pedagogia do brinquedo, a pedagogia do sabão e até oficinas de cafuné. Esta última foi provocada depois que um garoto perguntou: “Tião, como faço para conquistar uma moleca?” Foi a deixa para ele colocar questões de sexualidade na roda.

Para resolver a falência da educação, Tião inventou uma UTI educacional, em que “mães cuidadoras” fazem “biscoito escrevido” e “folia do livro” (biblioteca em forma de festa) para ajudar na alfabetização. E ainda colocou em uso termos como “empodimento”, após várias vezes ser questionado pelas comunidades: “Pode [fazer tal coisa], Tião?” Seguida da resposta certeira: “Pode, pode tudo”.

Aos 66 anos, Tião diz estar convicto de que a escola do futuro não existirá e que ela será substituída por espaços de aprendizagem com todas as ferramentas possíveis e necessárias para os estudantes aprenderem.

“Educação se faz com bons educadores, e o modelo escolar arcaico aprisiona e há décadas dá sinais de falência.Não precisamos de sala, precisamos de gente. Não precisamos de prédio, precisamos de espaços de aprendizado. Não precisamos de livros, precisamos ter todos os instrumentos possíveis que levem o menino aaprender.”

Sem pressa, seguindo a Carta da Terra e citando Ariano Suassuna para dizer que “terceira idade é para fruta: verde, madura e podre”, Tião diz se sentir “privilegiado” de viver o que já viveu e acreditar na utopia de não haver mais nenhuma criança analfabeta no Brasil. “Isso não é uma política de governo, nem de terceiro setor, é uma questão ética”, pontua.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Tecnologia vai revolucionar as avaliações, diz estudo



Confiram o texto "Tecnologia vai revolucionar as avaliações, diz estudo", publicado no site Porvir. O que acham sobre o assunto?

Um recente estudo publicado pelo grupo editorial britânico Pearson chamado “Preparing for a renaissance in assessment” (“Preparação para um renascimento em avaliações”), direcionado a líderes educacionais, vê dois fatores como primordiais para induzir novos processos de avaliação: o primeiro é resultado da força da globalização e das tecnologias digitais, enquanto o último é inerente à percepção de que o paradigma atual já não funciona como deveria, pois até mesmo os melhores sistemas atingiram um limite de crescimento.

Elaborado pelos consultores Michael Barber, pesquisador de sistemas e reformas educacionais com passagem pelo governo britânico, e Peter Hill, que ocupou cargos de destaque no setor na Austrália, em Hong Kong e nos Estados Unidos, o texto mostra como a educação está diante de um ponto de inflexão. “Nós consideramos ensino/aprendizagem, currículo e avaliação como os três principais elementos de um processo educacional de sucesso. Nos últimos 20 anos, a avaliação foi um fator de atraso e, agora, vemos que ela pode ultrapassar os outros elementos e, por isso, atribuímos o termo renascimento”, disse Barber. Como a sociedade está profundamente ligada aos testes tradicionais, segundo ele, o principal desafio é promover reformas sem perder o rigor e o elo com exames que servem como parâmetros internacionais.

É neste cenário que entra em jogo a tecnologia, como por exemplo nos testes adaptativos, que permitem maior precisão e execução em menor tempo. Os dados vão dar ao professor maior entendimento sobre o que acontece com a classe e com cada aluno em tempo real, com a chance de diminuir ou aumentar o alcance do conteúdo estabelecido no currículo. “Agora podemos acompanhar o desenvolvimento de uma classe durante cinco anos da vida escolar. É uma variedade muito maior do que a atingida por um teste isolado”, diz Hill.

Todo esse conjunto de mudanças aliado a mais tempo e recursos, segundo os autores do documento, vai melhorar também a dinâmica do professor, que ficará livre dos trabalhos repetitivos e poderá dar atenção aos detalhes de cada aula e respeitar o ritmo dos alunos. “Isso vai criar uma revolução no aprendizado. O que era um sonho há seis anos agora é uma realidade”, sentencia Hill. Um outro impacto poderá ser visto nas reuniões pedagógicas, que antes se baseavam em hipóteses e agora podem servir para um trabalho colaborativo para motivar cada estudante.

As novas plataformas de ensino também podem dar origem a uma nova geração de avaliações capazes de chegar a um aprendizado profundo e a uma variedade de competências inter e intrapessoais, como trabalho em equipe e a capacidade de comunicação oral, além dos traços de personalidade. Mais rápido, mais preciso, mas e a velha “cola” e o risco de plágio? No lugar de testes cumulativos, é possível realizar apenas aqueles com propósito específico (com possibilidade de repetição) e proporcionar relatórios que incentivam o crescimento sem a ideia de sucesso ou fracasso.

Responsável por reformas em Hong Kong e na Austrália, Hill relata que boas avaliações sempre levam em conta a validade e a confiabilidade. “Validade garante que o que se está medindo diz respeito ao planejado, enquanto a confiabilidade permite os mesmos resultados caso a avaliação seja repetida”. Se não tiver essas características, a avaliação não pode ser usada, segundo o consultor, que coloca a capacidade de realização com os recursos existentes como mais uma característica a ser considerada independentemente do conteúdo e dos exercícios da avaliação.

Para alcançar o “renascimento”, diz o artigo, é importante olhar além da educação, porque muitas vezes a inovação acontece em áreas de pouco ou nenhum contato com o ensino, como é o caso dos jogos de videogame. Entretanto, os autores também ressaltam que, para que o benefício seja notado por todo o sistema, é necessária a ação de governos, uma vez que a infraestrutura tecnológica não pode ficar a cargo de uma única escola.

Para ajudar gestores e educadores a se prepararem para esse “renascimento das avaliações”, Barber e Hill apresentam recomendações para evitar erros comuns. Muitas escolas, dizem os especialistas, tiveram problemas ao adotar sistemas incipientes que não foram devidamente testados e se viram frustradas com os resultados. Veja a lista a seguir:

Pensar no longo prazo – não sabemos quando o renascimento chegará, mas precisamos estar preparados ao investir em capacidade para que se torne uma realidade

Estabelecer parcerias – precisamos estabelecer parceiras entre professores, governos e todos que trabalham com educação e tecnologia

Criar infraestrututra – investir na alta qualidade educacional de todos os níveis, inclusive no profissional, é crucial

Melhorar a formação de docentes – investir na capacitação de professores para tecnologia e avaliações sofisticadas

Permitir diferentes níveis de implementação – encorajar escolas e professores a inovar com um modelo a partir de exemplos bem-sucedidos

Adotar uma metodologia de resultados – faça dele uma prioridade, planeje, garanta verificações constantes com todos os principais envolvidos e deixe bem claro quem é responsável

Comunicação constante – deve envolver governo e líderes educacionais que estão trabalhando juntos e também escolas e pais

Coloque em prática uma metodologia de mudança – nosso ponto de partida precisa ser o conhecimento sobre o que é necessário para obter sucesso e mudar o sistema incluindo uma visão compartilhada e de aprendizado