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sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Escola de Rua


Diego Macedo é psicólogo, palestrante, faz trabalho com autistas, é amante de filosofia e criou a Escola de Rua, que está sendo apoiada pelo Catarse. Eu, Jamile Coelho, tive o prazer de conhecê-lo, tenho acompanhado seu projeto e me encantei com a proposta da Escola de Rua. Acredito que as dicas do Diego, listadas em seu blog,  podem ser úteis a muitos educadores que, como eu, acreditam que a educação precisa ser reinventada a partir de sua essência: um processo de aprendizado que nos acompanha a vida toda, não importa a idade, condição social, raça, religião ou espaço físico.

Compartilho com vocês um dos posts do profissional, com dicas da Escola de Rua para educadores. Diego, sua contribuição é muito rica e acredito que podemos fazer uma grande reflexão a partir dela:

- A capacidade de síntese é uma dica que interessa a muitas pessoas. Temos muita dificuldade de ser objetivos e diretos naquilo que queremos passar para os outros. A verborragia de comentários muita das vezes não deixa claro aquilo que a gente quer passar para a pessoas. E tanto o ouvinte quanto quem fala se perdem. A síntese é uma ferramenta útil nessas situações.

- Uma observação que faço é que uma das maneiras de aproveitar e transmitir algo é tentar perguntar para as pessoas como elas se sentem, ou sobre o que elas querem aprender naquele tempo, sobre o que elas gostariam de conversar. Acho que criar espaços para isso é super importante. Sempre que chegamos com algo pronto para transmitir para os outros isso pode ser considerado muito agressivo. O primeiro motivo para isso é que muita das vezes o assunto abordado por um professor, por exemplo, não tem nada a ver com o contexto que a pessoa está vivendo distanciando o professor do aluno. O segundo motivo é que muita das vezes a matéria não tem um teor prático para a vida e por isso existe essa distância. Se existe essa distância, por que continuamos a insistir nisso?

- Aprender em outros contextos é interessante. Quando estamos dentro de espaços fechados como salas de aula, universidade, clubes, dentre outros perdemos o contato com a realidade da vida e nos isolamos do que acontece fora. A ideia é simples, porém tem uma profundidade prática que muda a nossa maneira de enxergar os contextos. Quando digo que QUALQUER LUGAR dá para se aprender sobre algo, estou abrindo um leque de possibilidades e contextos onde poderíamos aprender e ensinar sobre algo. Então utilize outros contextos não usados. Já pensou se a Escola e a Universidade forem para fora das suas “caixas”?

- Uma das coisas que mais observei é que muito interessante é: sair do estado de saber para estado de aprender com o outro. E esse outro é qualquer um. Quando selecionamos quem vai ensinar a gente, vamos eliminando possibilidades de aprendizagens que poderiam ser incríveis e diferentes.

- Achamos que os outros tem que se adaptar ao nosso processo de ensinar. Se você pensa assim, está eliminando uma gama de possibilidades do que o outro pode te oferecer e que poderia até ser usado isso como material para elaboração das suas ideias. Se na aprendizagem não estivermos na mesma direção e propósito, não avançaremos nada. Então não adianta tentar enfiar ensino na cabeça de ninguém porque isso, além de criar traumas, distancia a pessoa de uma aprendizagem real.

- Na vida, nunca escutamos a verdadeira necessidade do outro. Quando o educador se põe a ouvir e considerar importante o que o outro está dizendo sem julgamento. Isso é um catalisador de relações profundas e autênticas.

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