Páginas

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Mindfulness - Aqui e agora!


Você já ouviu falar em mindfulness? Também chamada de atenção plena, a técnica de autoconhecimento propõe que a pessoa se conecte de corpo e alma naquilo que está fazendo no momento presente, seja uma atividade rotineira, uma nova experiência ou até para se aquietar. Dei uma entrevista sobre o assunto para a edição de janeiro da revista Máxima. Confiram trechos da reportagem "Aqui e Agora!", assinada por Patrícia Affonso, e minhas explicações para se aprofundar no assunto:

Trechos da reportagem

"Todos os dias, somos bombardeados por um sem-número de informações e afazeres. Na ânsia de dar conta de tudo, acabamos nos envolvendo em mais de uma coisa ao mesmo tempo - dividindo nossa atenção e empenho - e muitas vezes acionando o famoso piloto automático. Sabe aquele modo de funcionamento no qual a gente mal se dá conta da atividade que está executando? 'O piloto automático não nos coloca inteiros naquilo que estamos fazendo. Assim, sem que a gente perceba, nos rouba a capacidade de escolha e nos leva a repetir comportamentos que nos incomodam, mas dos quais só nos damos conta mais tarde, quando o mal-estar por não termos feito diferente surge', afirma a educadora especialista em autoconhecimento Jamile Coelho (SP)". 

"Existem muitos cursos para quem deseja se aprofundar na prática - os mais famosos propõem oito semanas de vivência. Mas o sucesso do mindfulness é tamanho que não faltam bons livros e até mesmo meditações guiadas na internet para quem quer começar. 'A atenção no momento presente é uma habilidade existente em todos nós e pode ser desenvolvida em qualquer fase da vida', garante Jamile."  

    Entenda a prática do mindfulness

O que é?

Mindfulness, atenção plena ou meditação é conseguir atuar como observador de seus pensamentos, sem se identificar com eles. Isto possibilita você estar conectado de corpo e alma naquilo que está fazendo no momento presente, seja uma atividade rotineira, uma nova experiência ou até simplesmente uma proposta de se aquietar.

Estamos distantes deste estado de atenção porque temos muitos estímulos externos que nos solicitam e não desenvolvemos esta capacidade de nos voltarmos para dentro, para aquilo que pensamos e verdadeiramente sentimos diante de situações e pessoas no cotidiano.

Fazer as coisas no piloto automático não nos coloca inteiros no que estamos fazendo, tira a nossa capacidade de escolha e nos leva a repetir comportamentos que, muitas vezes, nos incomodam, mas que percebemos só depois que aconteceu, pela sensação de mal estar que aparece quando estamos sozinhos e colocamos a cabeça no travesseiro.

A importância de focar no presente é que ele é a única garantia que temos do que estamos vivendo. Na verdade, não temos controle sobre nada e ninguém. A nossa mente acredita neste controle e parece um macaquinho pulando de cá para lá, normalmente transitando entre passado ou futuro, sempre ligada ao tempo. Desta forma, não usufruímos verdadeiramente do que estamos vivendo porque não estamos inteiros naquilo que fazemos.

O mindfulness auxilia o autoconhecimento porque aquieta a mente e nos aproxima de quem verdadeiramente somos.

Viver agora
O passado já aconteceu, já foi e não volta mais. As boas lembranças podem nos dar prazer, mas normalmente temos a tendência de nos fixar naquilo que deu errado, nas sensações e emoções negativas. Essa postura de se fixar no negativo acontece porque fomos educados em uma cultura do medo, que cultiva e forma atitudes reativas que nos levam a assumir o papel de vítima e faz com que procuremos “culpados” por tudo que nos acontece. Li em um livro que todos temos dor, mas que sofrimento é uma escolha de permanecer e cultivar a dor.

A expectativa do futuro se estiver conectada ao medo da sobrevivência ou à ilusão que o melhor vai acontecer sempre depois, também nos atrapalha viver o momento presente.

Portanto, viver no passado ou no futuro nos tira do momento presente, no qual realmente podemos fazer algo por nós mesmos. Uma educação para a vida que tem como base o autoconhecimento forma atitudes proativas, que nos levam a fazer foco na solução e não no problema, e nos coloca como protagonista para resolver.

Busque a simplicidade

A vida hoje é tão estressante e digo isso observando o dia a dia de crianças, jovens e adultos, com excesso de atividades e compromissos que os levam para longe da simplicidade, de fazer algo corriqueiro só pelo prazer de fazer. A criança precisa utilizar um tempo livre para brincar do que quiser, inventar, criar. Quando a gente vê uma criança brincando desta forma ela está totalmente presente no que faz. Escutar uma música, ler um livro, cuidar de uma planta, passear com o cachorro, limpar a casa, cozinhar, fazer um artesanato, caminhar, cumprimentar uma pessoa quando entramos no elevador. Faça qualquer uma dessas pequenas grandes coisas por escolha, com a atenção direcionada, sem pressa, sem pressão.

Mindfulness para todos

Com certeza, trazemos esta habilidade dentro de nós e isso pode ser desenvolvido em qualquer etapa da vida. Já está comprovado que experiências de atenção plena ou meditação para crianças, jovens e adultos trazem inúmeros benefícios em termos de saúde e qualidade de vida.

Pessoas na maturidade estão procurando viver de forma ativa, sentindo-se úteis, fazendo escolhas mais alinhadas com seu perfil e momento de vida. Uma grande maioria dos adultos vive insatisfeito com o que faz e precisa buscar caminhos e recursos que os levem a viver com mais significado e propósito. Os jovens são receptivos a tudo que os ajude a entrar em contato com as emoções e necessitam disso.

E como educadora afirmo: a criança responde muito bem, pois se conecta com sua essência mais facilmente do que o jovem e o adulto. Por que então não começar a desenvolver esta habilidade o quanto antes? Por que não desenvolver uma educação para a vida? O mindfulness é uma prática que pode e deve ser desenvolvida em qualquer etapa da vida.

Benefícios do mindfulness

O mindfulness ou a meditação interfere no ser humano como um todo: no físico, mental, emocional e comportamental. E hoje é um dos recursos da medicina integrativa que vem sendo utilizado em vários hospitais. 

Ajuda a diminuir o nível de estresse, que se manifesta no corpo com sintomas diversos e doenças crônicas. Na mente, nos leva à dispersão e à falta de foco. No emocional, alimenta a ansiedade que nos desequilibra e nos tira do momento presente. No comportamental, nos conduz a atitudes que vão para o excesso ou para a falta, ou seja, dois extremos. Exemplos: comer demais ou não comer nada, dormir demais ou ter insônia, euforia ou depressão. E esses comportamentos acabam se tornando hábitos, pois viram canais não-saudáveis para liberar o estresse.

Dicas para começar

- Entre as atividades do dia de trabalho, escolha aquela que mais lhe dá prazer e, quando estiver fazendo, se conecte totalmente com ela;

- Faça pausas entre as atividades, procurando alguma forma de relaxamento e conexão consigo mesmo;

- Ao fazer uma atividade física de que gosta, faça foco somente nela, praticando uma meditação ativa. Pode ser desde uma aula de ioga, um jogo de tênis ou até uma corrida;

- Ao cozinhar, utilize todos os sentidos, degustando com prazer e alegria;

- Sente-se e leia um livro sem sentir o tempo passar;

- Na hora de tomar banho, sinta a água no corpo, a temperatura e o bem que aquilo lhe traz.

- Sinta o prazer de ser útil ao fazer um trabalho voluntário; 

- Sente-se em um lugar de forma relaxada e observe o céu e deixe brotar aquele sentimento de gratidão pela vida.

- Se estiver enfrentando uma situação estressante, procure um lugar tranquilo para expressar a emoção e se equilibrar. Se gostar da natureza, vá a um parque e observe como a natureza nos ensina a fechar ciclos sem dor.

- Receba reiki, benção, passe ou johrei, que atuam com a energia das mãos;

- Pratique meditação visualizada com um grupo, além de outras atividades que tranquilizem a mente, como ioga e tai chi chuan. 

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

4 lições que aprendemos com Oswaldo Oliveira

Esta expressão representa a minha alegria em descobrir o TORUS e tudo que aprendi no Empreenderse. Devo isso a Oswaldo Oliveira

Oswaldo Oliveira foi meu mestre em 2014 na Laboriosa89. Com ele, aprendi sobre rede, dualidade, infinitas possibilidades, abundância, princípios da Huna entre outras coisas. Ele falava, eu anotava e depois transcrevia. Adorava ouvir seu pensamento que fluía com abundância, repleto de ideias para desobstruir o fluxo. Oswaldo faleceu em dezembro do ano passado e continua sua missão em outra dimensão. Hoje, compartilho com vocês um texto sobre quatro de suas lições, publicado no blog da Social Good Brasil

"Ele foi economista por formação e um dos pioneiros no pensamento colaborativo no Brasil, mas não acreditava que uma pessoa fosse definida apenas por um cargo ou profissão — ou qualquer aspecto que se encaixe em um padrão. Em uma de suas participações no Seminário SGB, em 2014, ele se definiu assim: “O meu nome é Oswaldo, e eu faço o que eu posso.”

O Oswaldo acreditava que o poder das pessoas é infinito, e que todos nós temos uma experiência única para viver neste mundo. O que deixamos nesse mundo é a nossa experiência de ter vivido nele. Por isso, reunimos neste post nossa interpretação de 4 lições que aprendemos com ele.

1- O poder da inclusão e da diversidade

Cada ser humano é resultado de um conjunto de experiências únicas que cada um vive. E, se, cada experiência é um aprendizado, cada pessoa nova é um universo de conhecimentos e de possibilidades que você ainda não teve acesso. Pessoas com trajetórias e experiências de vida diversas trocando experiências juntas geram abundância de possibilidades — e é aí que aparecem as grandes ideias e os pontos de vista disruptivos e inovadores.

Pessoas juntas formam um sistema integrado, abundante e rico em recursos. Se isso for acionado em forma de rede, os recursos tornam-se infinitos, ao ponto de a gente abraçar uma ótica de abundância e de recursos ilimitados.

2 – Acredite na sua intuição

Toda a coragem de que precisamos está dentro do nosso coração. Nossa criatividade está ligada àquilo que desejamos lá no fundo. O que você quer, aquilo que sempre te atraiu é o que vai te dar energia para seguir em frente. A nossa atração é aquilo que mais vibra em nosso coração. Se a gente se guia pelas nossas atrações, a vida vai nos encaminhando para as experiências que precisamos viver. A intuição nos leva à evolução. Pense com seu o coração, e organize o pensamento com a mente.

Confiar em nossa intuição também significa ter plena consciência de que nossas atitudes são de nossa total responsabilidade. Você é seu próprio guru, seu maior mestre.

3 – Entenda seus medos

Para vivermos em rede, precisamos nos conhecer profundamente. Isso inclui entender o que nos causa medo e como reagimos a ele. O medo é um mecanismo de sobrevivência que vem do nosso lado mais racional. Ele pode ser importante, claro, mas também limita nossas experiências e nosso aprendizado. Por isso, é importante entendermos o que nos causa insegurança e viver mais experiências que nos levem a vencer esse medo. O medo cria a necessidade de controle e a gente tenta impedir a experiência de vida. O poder está em nós — não existe poder fora da gente.

4 -Uma escolha não é necessariamente uma renúncia

Desde pequenos somos treinados a fazer escolhas binárias: sim e não. Mas nem toda escolha é uma renúncia. Você não precisa excluir um mundo de possibilidades quando opta por um caminho — é só não pensar dessa forma. A vida é feita de ciclos, e nossas escolhas são temporárias. Quando deixamos de aprender ou ensinar em algum ambiente ou projeto, é hora de mudar. Quando um ciclo se encerra, todas as outras possibilidades do mundo estão ali para você. Inovar é quebrar a tradição e não ter medo de sair de um ciclo já conhecido."