Fiquei encantada com a lucidez e a capacidade de chegar ao âmago da questão de Betânia Tanure ao escrever o artigo "Vale da Morte". Resolvi fazer uma síntese com foco na forma como ela sugeriu percorrer esse vale, o caminho de mudança frente a crises, que todos nós passamos na vida pessoal e profissional, em determinados momentos de nossas vidas.
Acabei de ler o livro "A Arte da Aprendizagem Autodirigida", de Blake Boles, e me marcou muito a forma simples e didática do autor ao mostrar prisões e chaves que existem na maioria das situações que vivemos.
Portanto, pretendo unir as duas ferramentas que podem nos auxiliar a entender e atravessar o “vale da morte”, quando as mudanças precisam acontecer e não podem esperar mais.
Como percorrer o “Vale da morte” em uma situação de crise para atravessá-lo com a necessária agilidade e ajudar os que o cercam?
FASE 1- NEGAÇÃO
Prisões: Falta de coragem para encarar o problema
· Ignoram-se os problemas ou o tamanho e a complexidade deles;
· Foca-se no passado;
· Justificam-se as dificuldades.
Chaves: Dados de realidade
· Muna-se de informações, confronte e mostre a realidade;
· Detalhe as consequências de não mudar;
· Ofereça exemplos de quem não se mexeu e morreu.
Postura do líder: “ Pulso firme e mão pesada”
FASE 2 – RESISTÊNCIA
Prisões: Foco no espaço- problema
· Pessoas iradas ou em depressão;
· Colocam a culpa no outro;
· Ignoram os instrumentos oferecidos para a resolução de problemas;
· Não conseguem enxergar o que acontece.
Chaves: Empatia e acolhimento
· Ouvir empaticamente: as manifestações raivosas, as lamentações;
· Minimizar as perdas, sempre que possível, sem ignorar que elas sempre existirão;
· Reconhecer a existência desta etapa;
· Drenar os sentimentos de raiva e tristeza e abrir espaço para a nova fase.
Postura do líder: “Ouvir empaticamente e acolher”
FASE 3 – EXPLORAÇÃO
Nasce um novo espaço a ser explorado:
Prisões: O velho ainda não morreu e o novo não nasceu.
· Deslocamento do espaço-problema para o espaço-solução;
· A energia ressurge , mas de forma desorganizada, quase caótica;
· Surge uma multiplicidade de iniciativas, muitas vezes não alinhadas e sem força de sustentação para a nova etapa.
Chaves: Prioridades, energia direcionada.
· O foco tem que ser em metas de curto-prazo;
· Direcionar esforços;
· Energia para contribuir na construção de um novo ciclo
Postura do líder: “Liderança diretiva para estabelecer prioridades e para orientar a energia produtiva”
FASE 4- COMPROMISSO
· Momento certo para construir um novo propósito que magnetize as pessoas;
· A visão é de longo prazo.
· A liderança deve ser situacional no sentido de reconhecer cada fase, agir considerando-as, sem ignorar os valores que realmente importam.
Postura do líder: “Identificar fase a fase onde está você, seu liderado, sua empresa, seu colega ou mesmo seu chefe está”.
Esta competência do líder os ajudará a percorrer mais rapidamente o vale da morte para que o novo ciclo seja construído.
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