O depoimento da mãe Priscila Gonsales, que trabalha no Instituto Educadigital e com Design Thinking para educadores, mostra que dividir responsabilidades com os filhos e ter flexibilidade para lidar com as situações são itens fundamentais no processo de educação. Confira:
Filha entediada em férias em casa. Mãe sem férias, trabalhando.
De repente, a mãe improvisa uma ideia:
"Já saiu sua lista de material, que tal fazer pesquisa de preços nos sites? Comece pelos sebos e depois compare com as livrarias".
"Hum... o que é sebo?"
"É uma livraria de livros usados."
"Ah não, não quero, deve vir tudo rabiscado..."
A mãe explica que não é bem assim, que dá pra checar o estado do livro no próprio site e que ela mesmo - a mãe - faz isso todos os anos para os filhos.
E a pequena, que vai pro Fundamental 2, começa o "trabalho" meio intrigada:
"Nossa, mãe, quanta coisa pra ver e anotar, assim eu to parecendo uma secretária!"
"Pois é! Veja só!", respondeu a mãe, já pensando que a "proposta" saiu melhor que a encomenda... Alguns minutos depois, surge uma vozinha empolgada:
"Sabe, mãe, até que é bem legal ser secretária!" Emoticon smile
("mas tem que ter muita paciência, viu mãe?", acrescentou ela um tempo depois)
Comentário da Jamile Coelho, diretora do Espaço Educacional:
Fatos do dia a dia em uma família nos fazem refletir como as posturas educativas preparam para a vida. Em vez do sentimento de culpa pelo fato de a mãe estar trabalhando enquanto a filha está de férias, há flexibilidade para lidar com a situação. Dividir responsabilidades sempre é educativo, pois ajuda a formar a maturidade.
Conhecer novos termos (sebo) e quebrar pré-conceitos (livros usados devem vir rabiscados) é uma experiência muito rica e valiosa.
Associar situações e funções de trabalho, como por exemplo, a de secretária, e descobrir que pode ter prazer ("é bem legal ser secretária!") e, ao mesmo tempo, lidar com desafios ("paciência"). A vida é assim, não é?
Agradeço à Priscila Gonzales pela oportunidade de compartilhar esta experiência com todos que acreditam que a educação para a vida e o desenvolvimento das competências socioemocionais em situações do dia a dia são o caminho para uma educação do século 21.
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