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domingo, 1 de junho de 2014

Neuroplasticidade e o Perfil Cognitivo


Durante muitos anos, se acreditou que, a partir de certa idade, o número de neurônios não se renovava mais. As últimas investigações da neurociência demonstram que o cérebro pode se regenerar mediante seu uso. A chave é a neuroplasticidade, que é moldar a mente, o cérebro, por meio da atividade. Compartilhamos com vocês dados divulgados pelo neurologista Elkhonon Goldberg, diretor do Instituto de neuropsicologia e funcionamento cognitivo de Nova York, Estados Unidos. Confiram também os comentários da pedagoga Jamile Magrin Goulart Coelho, diretora do Espaço Educacional:

O neurologista Dr. Elkehonon Goldberg e sua equipe da Universidade de Nova York e neurocientistas da Universidade de Londres descobriram que o cérebro muda e cria novos neurônios na área que mais utilizamos segundo nossa atividade mental.

Em 2000, descobriram, a partir de estudos e pesquisas, que os taxistas tinham a parte do hipocampo do cérebro (região importante para memória espacial) mais desenvolvida porque a utilizavam em seu dia a dia. Em 2002, constataram que os músicos tinham a área do córtex cerebral mais desenvolvida, pois essa é a área mais utilizada para processar a música. Em 2004, concluíram que os cérebros das pessoas bilíngues tinham a área da circunvolução angular esquerda mais desenvolvida, porque é a área da estrutura da linguagem e a que mais exercitavam.

Da mesma forma que o exercício físico protege nossa saúde cardiovascular, o exercício cognitivo protege nossa saúde cerebral ou mental de doenças como Alzheimer, tão comum nos dias atuais. 

Sabemos que o processo de aprendizado é continuo e nos acompanha em todas as etapas da vida.

No inicio de qualquer processo de aprendizado necessitamos mais do hemisfério direito, mas quando alcançamos certo nível de perícia, essas atividades passam a ser controladas pelo hemisfério esquerdo.

Ao longo da vida acumulamos um repertório de habilidades e competências cognitivas que nos permitem abordar novas situações com familiaridade, que nada mais é do que a experiência.

Nas etapas avançadas da vida nossa atividade mental fica mais dominada por essas rotinas cognitivas, pelo piloto automático. No entanto, para a resolução de problemas complexos, o que para uma mente jovem pode ser um desafio, para a mente com mais experiência torna-se mais fácil, pois reconhece instantaneamente padrões que já assimilou.

A vida mental intensa desempenha um papel essencial no bem-estar cognitivo e na manutenção do funcionamento dos hemisférios cerebrais. 

A estimulação cognitiva que obriga a utilizar o hemisfério direito é um ingrediente no estilo de vida que ajuda a evitar a deterioração do cérebro.

Que tal incluir o exercício cognitivo regular, um Fitness Mental, como um traço de nosso estilo de vida?

Conclusões

- Nós podemos criar novos neurônios dependendo de nossa atividade mental ao longo da vida;

- O esforço e o resultado para criar novos neurônios dependem da atividade mental que mais exercitamos.

- Os efeitos são específicos dependendo da natureza da atividade mental e os novos neurônios se multiplicam com intensidade em determinadas zonas cerebrais, ou seja, nas zonas do cérebro que mais utilizamos em nosso dia a dia;

- O cérebro muda de forma segundo as áreas que mais utilizamos, de acordo com nossa atividade mental regular. 

Comentário

O Espaço Educacional oferece uma ferramenta excelente que o ajudará nesse exercício: Perfil Cognitivo. É um recurso de autoconhecimento que nos ajuda a ter uma visão panorâmica de nosso potencial e de nossas fragilidades. A partir do resultado, aprendemos a explorar nossas habilidades, potencializando-as, e a exercitar aquilo que precisamos desenvolver.

Com os estilos de aprendizado, exercitamos a nossa comunicação e nossa forma de aprender, passamos a observar e reconhecer como as pessoas aprendem para conquistar uma comunicação eficiente e uma aprendizagem produtiva. 

Com os estilos de raciocínio ou de comportamento, exercitamos nossa capacidade para resolver problemas com inteligência emocional, ou seja, acessar o hemisfério cerebral esquerdo para enxergar a realidade e o hemisfério cerebral direito para ter acesso aos nossos sentimentos e, assim, agirmos alinhados com nossas convicções. A busca do equilíbrio entre razão e emoção é um processo que nos acompanha a vida toda e que nos auxilia a fazer escolhas.

Com as inteligências múltiplas, descobrimos nossas áreas de interesse, onde se localizam nossas habilidades e talentos. Uma nova concepção do que é ser inteligente surge e tem muito a ver com as exigências do século XXI. As inteligências múltiplas podem ser utilizadas como um recurso que nos agrega muitos benefícios, como aliar vocação com profissão, descobrir canais saudáveis para liberar o estresse e estimular a criatividade.

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