O texto "Redes Digitais: Conectando o Planeta", publicado no site da Akatu, fala sobre as mudanças na comunicação, que alavancam o conhecimento e estimulam o aprendizado. Confira abaixo a publicação na íntegra e os comentários (em negrito) da pedagoga Jamile Magrin Goulart Coelho, diretora do Espaço Educacional:
Você já checou seus e-mails hoje? Postou alguma mensagem no Twitter? Respondeu aquele torpedo do amigo no celular? Colocou aquela foto incrível no Instagram?
Sim, esta é uma nova realidade. Difícil fugir dela. O mundo inteiro passa por uma transformação. Estamos no meio de um redemoinho, nos adaptando rapidamente – ou melhor, ao vivo, neste exato momento, a uma nova arquitetura da comunicação. “Estamos sendo chamados a repensar a comunicação”, afirma Massimo Di Felice, sociólogo pela Universidade La Sapienza de Roma, doutor em Ciências da Comunicação, autor de diversos livros e atualmente professor da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP).
Di Felice foi o palestrante convidado para debater Redes e dinâmicas sociais - Para onde vão? O que buscam?, tema do 110º Fórum do Comitê da Cultura de Paz, promovido pela Associação Palas Athena –, em parceria com a Unesco, realizado esta semana no auditório do MASP, em São Paulo.
O modelo de comunicação do passado era bastante simples. Havia o emissor – alguém que transmitia uma mensagem, o canal pelo qual esta mensagem era enviada e, finalmente, o receptor – a pessoa que a recebia. Com as redes digitais surgiu um novo conceito. Há uma rede distribuída e a informação pode ser gerada, recebida e transformada em qualquer lugar. “Hoje a internet não conecta somente computadores, mas tudo e todos”, diz o sociólogo.
Entre as principais características desta nova forma de comunicação estão:
- comunicação de todos para todos;
A ideia do colaborar e do compartilhar é muito forte e essa é uma atitude que irá beneficiar as pessoas, as comunidades e o país. Só que isso aumenta a nossa responsabilidade!
- desconstrução e manipulação da mensagem;
Desconstruir uma mensagem para construir a partir de algo que já foi realizado faz parte do processo criativo e inovador. A realidade atual em constante mudança exige essa desconstrução e isso auxilia na quebra de paradigmas. A manipulação existe e é um fato. Cabe a cada um usar seu senso crítico e a inteligência emocional para “não entrar nessa onda”.
- interatividade;
Tudo se tornou interativo. Os problemas são discutidos nas redes e opiniões comuns e divergentes existem em um mesmo espaço. Todos podem concordar ou discordar, manisfestar livremente suas opiniões a respeito de qualquer assunto. Só que nesse movimento tem que existir um espaço para o respeito pelo ser humano, seja ele quem for. Isso é algo relevante e não pode ser “deletado”.
- fim dos pontos de vistas centrais;
Cada pessoa tem o seu ponto de vista sobre um assunto, tema ou fato e esse ponto de vista traz sua bagagem de vida, suas experiências, seu aprendizado na vida. Pontos de vista diferentes são valorizados, pois são eles que constroem a diversidade e a descentralização. Disso resulta a riqueza de um grupo de pessoas diferentes, mas alinhadas com um mesmo propósito. Não há mais espaço para a centralização e para um único ponto de vista.
- computação móvel;
A computação móvel é uma realidade e não há como ignorá-la, pois ela faz parte, em diferentes graus de intensidade, da vida de todas as gerações. Mas vamos tomar o cuidado para que a computação móvel não nos prive do presencial, do encontro, da conversa que flui e que enriquece as relações humanas e não se torne um hábito nocivo que não nos deixa aprofundar os relacionamentos.
- conectividade
Saber tudo que está acontecendo em todos os lugares do mundo naquele momento é algo sensacional. É como se não houvesse barreiras de raça, espaço geográfico, idioma, enfim, é como se o mundo se integrasse. Você já parou para pensar na dimensão desse acontecimento? É algo grandioso que está acontecendo e que precisamos usufruir de forma consciente e exploradora.
“Nossa inteligência agora é estendida a uma rede mundial”, acredita Di Felice. “E ela incrementa nosso senso de participação na sociedade”. O estudioso citou os movimentos sociais ocorridos no Brasil recentemente como um fenônemo típico da era digital. Imagens de confrontos entre manifestantes e policiais captadas por dispositivos móveis rodaram a internet e transformaram a maneira como a notícia até então era publicada. “Não foram somente os humanos que ocuparam as ruas, mas as redes também”. E certamente elas dão maior visibilidade à opinião pública.
A comunicação digital também nos faz perceber mais claramente como tudo está interligado. Cada ação provoca uma reação. Finalmente, o ser humano se dá conta que não é o único a viver no planeta. Em tempo real, ele consegue acompanhar o desmatamento na Amazônia, o degelo no Ártico e a seca na Austrália. “Não existe o externo para o planeta. Tudo o que fazemos tem efeito sobre a Terra”.
Para o sociólogo, a lógica da rede é o pensar na complexidade. Ele enxerga nela um enorme potencial para alavancar o conhecimento e estimular o aprendizado. “Pela primeira vez na história da humanidade as pessoas têm acesso livre ao conhecimento”, analisa.
Realmente o potencial para alavancar o conhecimento e estimular o aprendizado é incrível! Cada vez mais podemos buscar aquilo que queremos aprender com autonomia, escolhendo caminhos para esse aprendizado e personalizando cada vez mais o processo.
O resultado deste novo paradigma digital que se abre diante da nossa sociedade exige que repensemos a pedagogia, a maneira como ensinamos nas escolas. O professor se tornará um mediador, aquele que leva o aluno a entender o conhecimento da rede. Sejamos bem-vindos ao admirável mundo novo digital!
Com certeza, a forma de ensinar, a pedagogia tem que ser repensada, pois essa nova realidade pede que alunos e professores sejam parceiros e que o professor seja antes de tudo um mediador, um orientador nesse processo. O extraordinário é que o digital está mostrando para a educação que ele é uma ferramenta e que as pessoas estão em primeiro lugar. De alguma forma, esse processo de mudança está conduzindo a aprendizagem para uma evolução. Eu, como educadora, acredito nisso e quero acompanhar e participar desse processo.
Fonte: Akatu
Fonte: Akatu
Nenhum comentário:
Postar um comentário