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segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Lançamento da minha biografia


Ontem (2 de setembro) foi um dia muito especial para mim! Lancei a minha biografia no International Happiness Forum, onde também participei de um painel de medicina integrativa e dei o workshop "Alfabetização Emocional - O que as emoções falam de mim".

O livro Chama Acesa conta como a luta contra o câncer e o amor pela minha profissão de educadora me ajudaram a trilhar o caminho de libertação e autoconhecimento. Agradeço a todos que compartilharam este momento de emoção comigo. Em breve, informo as datas das próximas sessões de autógrafos. 
Na foto, as Patricias que tanto colaboraram para o blog e o livro Chama Acesa: Patricia Zwipp, Patricia Gebrim e Dra. Patricia Valentini Melo

Sobre mim - Jamile Coelho 
Sou consultora de projetos educacionais e sempre acreditei em educação para a vida, autoconhecimento e inovação. Confira minha história e meu trabalho no site www.jamilecoelho.com.br. Contato: (11) 94171-4477, jamile.coelho6 (Skype) e jcoelho@espacoeducacional.com.br.

quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Palestra de acolhimento e trabalho de autoconhecimento com mulheres refugiadas


No dia 8 de agosto, tive a experiência gratificante de fazer uma palestra de acolhimento com o tema "A força das mulheres na Jornada da Vida" e um trabalho de autoconhecimento a partir do Perfil Cognitivo com as mulheres refugiadas do Congo, da Síria e da Venezuela. Foi um momento de muita emoção ao contribuir e aprender com histórias de vida!


O evento foi realizado pelo Grupo Mulheres do Brasil - Comitê Inserção de Refugiados em parceria com as ONGs ACNUR, PACTO GLOBAL, ONU MULHERES e com representantes da CARITAS e da FOXTIME. 

Confira alguns detalhes do material de apresentação:



Ruptura 
Algo acontece: 
- Dentro da gente 
- Fora da gente 
- Dentro e fora da gente 
- Rompe nosso mundo conhecido 

E sentimos uma sensação de desconforto conosco e com a vida. Nossa base de segurança não funciona mais. A saída do país de origem por um ato “contra a vontade” é difícil. E surge o medo do desconhecido e a URGÊNCIA DO NOVO. 

Responder ao que acontece é difícil porque as dificuldades existem. Sabemos o que precisamos, mas não o que queremos. 

Surge a sensação do VAZIO - o velho já não serve mais, mas o novo ainda não existe para substituí-lo. 

O que nos prende é a DOR ligada ao PASSADO. E esta bagagem temos que deixar para trás para dar lugar ao NOVO.

Passar por esta etapa é ter um encontro simbólico com a morte do que ficou pra trás e o nascimento de um novo ciclo da vida em um outro pais e em uma nova realidade.

Travessia

Não é fácil reaprender a viver a vida cotidiana em outro país e outra cultura. Reconstruir a vida pode ser difícil, trabalhoso e demorado. 

Só que esta jornada pressupõe força de vontade. Construir uma nova forma de viver. 

Persistência na busca de oportunidades e de trabalho. 

Estar aberta para ensinar e aprender.

Aprendizado na nova vida

Aprendizado significa aprender ao longo da jornada. Conhecer nova língua, nova cultura e novos hábitos. 

A vontade de aprender e de superar os obstáculos tem que ser maior do que a dor da perda. Esta etapa exige disciplina, esforço, determinação e paciência.


Sobre mim - Jamile Coelho 
Sou consultora de projetos educacionais e sempre acreditei em educação para a vida, autoconhecimento e inovação. Confira minha história e meu trabalho no site www.jamilecoelho.com.br. Contato: (11) 94171-4477, jamile.coelho6 (Skype) e jcoelho@espacoeducacional.com.br.

sábado, 4 de agosto de 2018

Como “nasceu” a capa do livro Chama Acesa


É com muita alegria que conto a vocês que a minha história de vida virou livro! A biografia é a concretização do Projeto Chama Acesa, que nasceu com este blog, em 2013. Em uma viagem de dentro para fora, revelo como a luta contra o câncer e o amor pela profissão de educadora me ajudaram a trilhar o caminho de libertação e autoconhecimento. Foi escrito pela jornalista Patricia Zwipp a partir do meu relato.

O lançamento ocorrerá no V International Happiness Forum, dia 2 de setembro, em São Paulo. A sessão de autógrafos será realizada a partir das 12h30. No mesmo dia, participarei de um painel de medicina integrativa e darei o workshop "Alfabetização Emocional - O que as emoções falam de mim". Os interessados podem adquirir o ingresso pelo seguinte link:https://goo.gl/YBE1ob

Acho muito importante compartilhar com vocês como tudo foi acontecendo de forma não-intencional e, portanto, muito intuitiva. Hoje, o assunto é a capa do livro.

Eu estava em Portugal porque fui participar de outra edição do IV International Happiness Forum, criado por Eduarda Oliveira, na cidade do Porto. Acabando o fórum, fui com a Eduarda para Coimbra e combinamos de passear no dia seguinte, na Mata do Bussaco, pois ela sabe que amo natureza. 

De manhã, ela me ligou falando que ia conosco mais uma amiga, a fotógrafa Sandra Fonseca. Eu me lembrei dela porque, quando fui no II International Happiness Forum, ela tirou uma foto na minha palestra que mostrou a minha alma. 

Fomos juntas e a Sandra com sua máquina fotográfica em punho. Mas nada havia sido combinado. Passeamos em lugares com uma natureza tão diversificada e encantadora que eu me sentia privilegiada de estar naquele lugar com uma paz e gratidão imensas. 

Em um determinado momento, surgiu a conversa sobre o meu livro e me lembrei que a Patricia Zwipp e a Patricia Gebrim, coincidentemente, haviam me sugerido uma foto andando na natureza que eu tanto amava. E aí aconteceu que a Sandra começou a tirar fotos minhas andando por caminhos entre a natureza, muito especiais. 

De todas as fotos, a escolhida foi esta da capa que mostra o Portal de Coimbra, quem tem uma vista maravilhosa. Desta forma, mais uma etapa da concretização deste sonho se materializava. A capa do livro “nascia” sem planejamento, de forma gratificante e totalmente intuitiva. 

Minha gratidão a Sandra Fonseca, fotógrafa da cidade de Coimbra, em Portugal. Ela tem o dom de descobrir a “alma” que existe dentro de cada pessoa ou situação, transformando-a em uma obra de arte. Contribuiu de forma original e generosa para a construção de uma capa repleta de significado.

Sobre mim - Jamile Coelho 
Sou consultora de projetos educacionais e sempre acreditei em educação para a vida, autoconhecimento e inovação. Confira minha história e meu trabalho no site www.jamilecoelho.com.br. Contato: (11) 94171-4477, jamile.coelho6 (Skype) e jcoelho@espacoeducacional.com.br.

segunda-feira, 23 de julho de 2018

Índia quer os alunos felizes nas escolas e "Felicidade" passa a ser uma aula


Sempre acreditei na importância da inteligência emocional em nossa vida, não importa a faixa etária. Tanto é que criei o Projeto Alfabetização Emocional, indicado para crianças, jovens e adultos. Para enfatizar o assunto, compartilho com vocês uma notícia de que a Índia aprovou um novo plano curricular, no qual a felicidade e o controle da mente têm grande destaque. Confira o texto do site do canal de televisão português TVI24:

Na Índia um quarto dos jovens entre os 13 e os 15 anos sofre de depressão. O Ministério da Educação aprovou um novo plano curricular, no qual a felicidade e o controle da mente têm grande destaque

55 alunos do sétimo ano tiveram a primeira aula baseada no controlo da mente, de forma a melhorar o bem estar mental e emocional, na Escola Secundária Masculina do Governo, na capital da Índia, Nova Deli. Uma pausa nas tradicionais aulas de matemática, ciência e línguas é o novo plano curricular que visa transmitir inteligência emocional através de meditação, contar histórias e atividades focadas nas necessidades mentais e emocionais dos estudantes, noticia a CNN.

Se eu fizer tudo com o poder e controlo da mente, os meus conhecimentos aumentarão”, diz Suraj Sharma, um dos alunos com 12 anos.

O processo de controlar a mente inclui meditação e exercícios de respiração que ajudam a relaxar a mente, o que permite prestar uma maior atenção às matérias aprendidas na escola. Para evitar sobrecarregar os alunos, a turma não tem notas, livros, testes e trabalhos de casa.

Um dos exercícios desenvolvidos na segunda-feira baseou-se em manter os alunos de olhos fechados e foi-lhes pedido pelos professores que anotassem os sons que ouviam e focarem-se num. A maior parte dos alunos focou-se no próprio batimento cardíaco.

A proposta da existência deste tipo de aulas tem vindo a ser apoiada pelo governo. O Ministro da Educação, Manish Sisodia, anunciou o lançamento do programa em fevereiro e a escola masculina em Ghittorni é um dos mil estabelecimentos de ensino, em Dehli, que começou a lecionar este tipo de aulas, que têm uma duração de 30 a 45 minutos diários, desde segunda-feira.

Os alunos da Escola Secundária Masculina do Governo já começaram a ser regidos pelo novo plano curricular. Após a sessão de segunda-feira foram contadas histórias, que lançaram discussões entre terça-feira e quarta-feira.

"Isto vai ajudar nas preocupações relativas ao nível decrescente de felicidade e bem estar enquanto o nível de stress, ansiedade e depressão continuam a subir”, publicou o ministro no Twitter.

"Crianças felizes têm maior capacidade para aprender, tal como para dormir melhor e ter melhores sistemas de saúde imunitários. Crianças felizes aprendem rápido, pensam de forma mais criativa, tendem a ser mais resilientes face a problemas, têm relações mais fortes e fazem amigos mais facilmente”, palavras de Manish Sisodia.

De acordo com Puroitree Majumdar, um psicólogo clínico da Crianças Primeiro, as crianças enfrentam muito stress em termos académicos.

"Estamos a olhar para uma educação baseada em valores, onde o foco está nos valores em geral, mais no processo das coisas do que no resultado final" acrescenta Majumdar.

De acordo com Rajesh Kumar, chefe do grupo formado para elaborar o plano curricular, o programa agrupa as crianças em três categorias de idade: do jardim de infância ao segundo ano, do terceiro ao quinto ano e do sexto ao oitavo.

Números da Organização Mundial da Saúde indicam que um em cada quatro jovens indianos com idades entre os 13 e 15 anos sofre de depressão. 11 por cento dos adolescentes da Índia entre os 13 e os 15 anos de idade sentem dificuldades em concentrar-se e, além disso, as taxas de suicídio em pessoas com idades entre os 15 e os 29 anos de idade rondavam os 35,5 por cento, em 2012, sendo o valor mais alto da Ásia.

A preparação dos professores

Decorreram sessões de treino com cerca de 21 mil professores, diretores e administradores de escolas num estádio em Nova Deli na última semana, nas quais instrutores explicaram o que é a "felicidade" e como pode ser transmitida aos alunos.

As crianças aprendem com o comportamento e as perspectivas dos professores, especialmente num curso como este. "Devem entrar com um sorriso. Como pode um professor que não conhece hindi ensinar hindi?" questionou Kumar, ilustrando que é preciso haver felicidade para espalhar felicidade.

Os professores receberam instruções de todas as unidades curriculares, como a atenção plena, atividades de valores chave e autoexpressão. A atenção plena permitirá que as crianças tenham uma melhor concentração e sejam menos distraídas. Histórias e atividades devem ajudar no desenvolvimento de valores, tornando-os mais centrados. A autoexpressão ajudará a autoestima e confiança dos alunos.

Alguns professores já tinham tentado implementar este tipo de aulas, mas a falta de unidades curriculares definidas não facilitou o processo.

"As aulas irão dar-lhes algum tempo para serem felizes”, afirma Apra, uma professora que defende o plano curricular considerando-o uma lufada de ar fresco para os alunos, especialmente para aqueles de vêm de famílias economicamente mais fracas e podem lidar com problemas em casa.

Ao fazer algo como o novo modelo de aulas, Majumdar acredita que os professores começarão a olhar para as diferentes áreas de desenvolvimento das crianças e não apenas para o sucesso académico.

O desafio colocado aos professores será agora transmitido aos alunos e o trabalho desenvolvido pelos docentes será analisado por 200 mentores encarregues pelo Governo de vigiar o funcionamento quotidiano dos cursos nas escolas. 

"Guiarão e facilitarão, certificando-se que os professores são sensíveis para com os alunos", conclui Rajesh Kumar.

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segunda-feira, 16 de julho de 2018

Por que atitude é mais importante que inteligência para o sucesso


EDUCAÇÃO EMOCIONAL depende da FORMAÇÃO e não da informação. Um artigo do site da revista Pequenas Empresas Grandes Negócios destaca essa constatação a partir de uma pesquisa da Universidade de Stanford, que mostra de que o comportamento diante de desafios é mais relevante do que o QI. Confira:

Quando o assunto é sucesso, a percepção geral é de que as pessoas mais inteligentes irão decolar e deixar todos os outros para trás. Mas uma pesquisa conduzida pela Universidade de Stanford mostra justamente o contrário.

A psicóloga Carol Dweck passou a carreira inteira estudando a relação entre atitude e performance. Seu último estudo mostra que a atitude de uma pessoa é um melhor indicativo de sucesso do que o QI (Quociente de inteligência). 

A pesquisadora descobriu que existem dois tipos de mentalidades que dão origem a atitudes.

A primeira é uma mentalidade fixa. Ela aparece em indivíduos que acreditam que não são capazes de mudar. Quando desafiados, eles enfrentam problemas porque qualquer coisa que pareça ser maior do que eles podem lidar, faz com que se sintam sem esperança e sobrecarregados.

Já pessoas com o segundo tipo de mentalidade, uma mentalidade de crescimento, acreditam que sempre podem melhorar com o esforço. Elas se saem melhor do que aquelas que têm uma mentalidade fixa – mesmo se tiverem um QI menor. Isso porque abraçam desafios e os tratam como oportunidades de aprender algo novo.

Veja abaixo algumas das principais características dos dois perfis que Carol encontrou em seus estudos:

Mentalidade fixa: evitam desafios, desistem facilmente, não enxergam sentido em desafios e ignoram críticas construtivas.

Mentalidade de crescimento: abraçam desafios, persistem mesmo em condições difíceis, enxergam o esforço como caminho para a maestria e aprendem com críticas.

O fator decisivo para traçar esses dois tipos de personalidade é como uma pessoa reage a desafios e percalços no caminho. De acordo com a pesquisadora, o sucesso tem muito a ver com como a pessoa lida com o fracasso. “O fracasso é uma informação. Nós rotulamos ela de fracasso. Mas pessoas com uma mentalidade de crescimento pensam: ‘isso não funcionou, então ou eu resolvo a situação para que funcione ou eu tentarei outra coisa’”, disse à revista Forbes.

De qualquer maneira, uma mentalidade não é eterna. É possível treinar e desenvolver uma mentalidade de crescimento com o tempo. Para isso, aqui vão algumas estratégias publicadas pela revista:

Não fique desamparado
Todos temos momentos em que nos sentimos assim. O que conta é como reagimos ao desamparo. Podemos aprender ou afundar com ele. Muitas pessoas bem sucedidas hoje enfrentaram momentos difíceis em suas histórias.

Walt Disney foi demitido de seu emprego no jornal Kansas City Star porque seu editor achava que faltavam-lhe boas ideias e imaginação. Henry Ford teve de fechar as portas de duas fabricantes de carros antes de fundar a Ford e transformar a indústria automotiva. Steven Spielberg foi rejeitado várias vezes pela Escola de Artes Cinematográficas da Universidade do Sul da Califórnia.

Imagine o que teria acontecido com qualquer uma dessas pessoas se elas tivessem uma mentalidade fixa. Elas, provavelmente, teriam sucumbido à rejeição e desistido. Pessoas com uma mentalidade de crescimento não se sentem desamparadas porque entendem que, antes do sucesso, é preciso fracassar algumas vezes.

Seja apaixonado
Pessoas com mentalidade de crescimento perseguem suas paixões não importa o que aconteça. Elas sabem que sempre haverá alguém mais inteligente ou talentoso do que elas. A verdade é que é possível compensar a falta de talento com paixão.

É esse o sentimento que faz com que elas busquem e alcancem a excelência. O investidor Warren Buffet dá uma dica de como encontrar a sua verdadeira paixão: faça uma lista com as 25 coisas que você mais se importa. Então, risque todas as últimas 20. As cinco primeiras coisas que você escreveu são suas verdadeiras paixões. O restante é apenas distração.

Vá além
Pessoas com mentalidade de crescimento se dedicam 100%, mesmo em seus piores dias. Elas sempre estão tentando ir além.

Uma história ilustra bem do que se trata essa lição: um dos alunos do instrutor de artes marciais Bruce Lee costumava correr com ele cerca de quatro quilômetros por dia.

Certa vez, eles estavam prestes a atingir o quarto quilômetro, quando Lee disse: “vamos correr mais dois quilômetros”. O aluno estava cansado e respondeu que iria morrer se tivesse de correr mais dois quilômetros. O professor disse então: “então , corra.” O aluno ficou tão bravo que terminou os seis quilômetros. Cansado e furioso, confrontou Lee. Foi assim que o professor explicou: “desista e você pode muito bem morrer. Se você sempre colocar limites em tudo que fizer, fisicamente ou não, isso irá se espalhar por todos os outros aspectos da sua vida. Isso irá se espalhar em seu trabalho, na sua moral, no seu ser. Não existem limites.”


Sobre mim - Jamile Coelho 

Sou consultora de projetos educacionais e sempre acreditei em educação para a vida, autoconhecimento e inovação. Confira minha história e meu trabalho no site www.jamilecoelho.com.br. Contato: (11) 94171-4477, jamile.coelho6 (Skype) e jcoelho@espacoeducacional.com.br.

quarta-feira, 13 de junho de 2018

O cérebro precisa se “emocionar” para aprender



O Projeto Alfabetização Emocional nasceu para materializar algo que eu sempre acreditei: a importância da inteligência emocional em nossa vida, não importa a faixa etária. Hoje, compartilho com vocês o artigo com o título "O cérebro precisa se 'emocionar' para aprender", que fala justamente sobre esse assunto. O texto é do jornal espanhol El País e foi traduzido, adaptado e publicado no site Psicologias do Brasil

O cérebro precisa se 'emocionar' para aprender
Novas experiências no ensino visam o fim das aulas palestradas. Uma das tendências é a neurodidática

Em 2010, uma equipe de pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), em Boston, colocou um sensor eletro-térmico no pulso de estudante universitário de 19 anos para medir a atividade elétrica de seu cérebro 24 horas por dia durante sete dias. O experimento produziu um resultado inesperado: a atividade cerebral do aluno quando assistia a uma aula palestrada era a mesma de quando ele assistia televisão; praticamente nulo. Os cientistas poderiam provar que o modelo pedagógico baseado em um aluno como um receptor passivo não funciona.

“O cérebro precisa se mexer para aprender “, explica José Ramón Gamo, um neuropsicólogo infantil e diretor do Mestrado em Neurodidática na Universidade Rey Juan Carlos. Nos últimos cinco anos, diferentes correntes surgiram na Espanha que querem transformar o modelo educacional e uma delas é a neurodidática.

Não é uma metodologia, mas um conjunto de conhecimentos que está contribuindo com a pesquisa científica no campo da neurociência e sua relação com os processos de aprendizagem. “Antes só podíamos observar o comportamento dos alunos, mas agora, graças às máquinas de neuroimagem, podemos ver a atividade cerebral durante a execução das tarefas”, acrescenta Gamo. Essa informação ajuda professores e pedagogos a decidir quais métodos são mais eficazes.

Gamo, que estuda as dificuldades de aprendizagem das pessoas com dislexia ou TDAH por mais de 20 anos, observou que na maioria dos casos esses problemas não estavam relacionados a essas síndromes, mas à metodologia da escola.

Ele e sua equipe identificaram que 50% do tempo em aulas tradicionais na Espanha é baseado na transmissão de informações para os alunos verbalmente, algo que acontece na escola secundária em 60% do tempo e em bacharelado quase 80%. “Perguntamos sobre o que estava acontecendo nas salas de aula e queríamos saber o que a ciência estava dizendo sobre isso, se esse método seria justificado por algum estudo.”

Com base em diferentes investigações científicas e em suas próprias, eles concluíram que, para a aquisição de novas informações, o cérebro tende a processar dados do hemisfério direito – mais relacionados à intuição, criatividade e imagens.

“Nesses casos, o processamento lingüístico não é o protagonista, o que significa que a conversa não funciona. Os gestos faciais e corporais e o contexto desempenham um papel muito importante. Outro exemplo da ineficácia da aula palestrada “, explica Gamo.

Portanto, a neuro-didática propõe uma mudança na metodologia de ensino para substituir as aulas palestradas por suportes visuais, como mapas conceituais ou vídeos com diferentes suportes informativos, como gráficos interativos que exigem a participação do aluno. Outra aposta é o trabalho colaborativo. “O cérebro é um órgão social que aprende fazendo coisas com outras pessoas”, acrescenta.

Nos últimos cinco anos, a Gamo formou trinta professores de escolas públicas em diferentes comunidades autônomas em neurodidáticas.

O principal problema, em sua opinião, é que as escolas não estão tomando a decisão sobre onde querem inovar, isto faz com que que ninguém as acompanhe na implementação das novas metodologias. “”Os esforços dos centros educacionais estão empacados em métodos tradicionais baseados em palestras, memorização e exames escritos.”

Neste cenário coexistem centenas de professores e entre eles há aqueles que não se conformam com a didática estabelecido. Chema Lázaro, de 34 anos, dá aulas para alunos do sexto ano em uma escola em Moralzarzal e há dois anos e meio aplica a neurodidática na sala de aula. “Meus alunos sempre me disseram que eu era muito legal, mas que minhas aulas eram uma porcaria”, diz ele. Então começou a pesquisar metodologias alternativas e criou o blog Pizarras Abertas, que em 2013 lhe valeu o prêmio nacional em TIC na sala de aula do Ministério da Educação. Lázaro procurava uma base científica para apoiar sua aposta: fazer seus alunos aprenderem para a vida sem memorizar.

“Meu método respeita o processo pelo qual o cérebro aprende: primeiro vai a motivação, depois a atenção e finalmente a memória. Nessa ordem “. Para explicar o antigo Egito, ele tenta capturar o vínculo emocional das crianças. Através de seu canal no YouTube, apresenta hieróglifos em vídeos com o formato de um trailer de filme. “Com esse material eles estão motivados e por isso tenho alunos atentos”, continua ele. Ele usa gamification e as capitais são aprendidas ganhando pontos na plataforma Kahoot. Para ver as pirâmides, usa vistas de um drone ou do Google Earth.

“Com esse material eles estão motivados e por isso tenho alunos atentos”, continua ele. Ele usa gamification e as capitais são aprendidas ganhando pontos na plataforma Kahoot. Para ver as pirâmides, ele usa vistas de um drone ou do Google Earth.

“Partimos do fato de que o treinamento on-line não funciona, apenas 10% daqueles que se inscrevem em um MOOC – cursos on-line massivos e gratuitos – terminam com isso”. Em uma plataforma tradicional há conteúdo, enquanto em Neurok há debates.

Cuenca e uma equipe de 10 pedagogos e professores universitários e primários aplicaram os formatos Twitter e Facebook à educação. “Antes você sempre sabia quem pedir as anotações do caderno. Agora você decide quem seguir nessa rede social na qual todos os alunos compartilham conteúdo e discutem tópicos diferentes. O professor atua como guia e fornece critérios sobre qual conteúdo é de qualidade “, explica Cuenca. A parte mais difícil desse modelo de aprendizado, reconhece, é a participação. O sistema possui hashtags, menções ou notificações no celular, entre outros serviços. A ideia da Neurok é ser usada como uma plataforma de suporte para aulas presenciais ou diretamente como o suporte de um curso on-line.

É o que acontece com o Mestre em Neurodidática do Rei Juan Carlos, um curso misto no qual 80% do conteúdo é ensinado na rede. Até agora, eles também usaram Neurok na UNED e na Universidade da Extremadura, com a qual eles estão colaborando em uma pesquisa para medir a qualidade dos conteúdos compartilhados pelos alunos e seu nível de interação na plataforma.

“Ainda há muitas pessoas que desconfiam desses métodos, mas em cerca de 15 anos começarão a ver os resultados”, diz Cuenca, que já assessorou mais de 30 escolas públicas de diferentes comunidades autônomas por meio da consultoria educacional Niuco. Para todos aqueles que buscam evidências científicas de neurodidatismo, o professor da Universidade de Barcelona Jesús Guillén disponibiliza em seu blog Escuela con cerebro as últimas pesquisas realizadas em diferentes partes do mundo.

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quinta-feira, 7 de junho de 2018

O que uma geração pode aprender com a outra?


No texto anterior, falamos sobre as características de cada geração: Veteranos, Baby Boomers, Geração X, Y e Z. Agora, é a vez de responder às perguntas: "o que uma geração pode aprender com a outra?" e "como gerir os conflitos entre pessoas de diferentes gerações?". Vamos lá:

O que uma geração pode aprender com a outra?

Generosidade mental - ensinar o que se sabe

Coerência ética - praticar o que se ensina

Humildade intelectual - perguntar o que se ignora

O que gera conflito entre gerações?

As necessidades e expectativas das gerações são diferentes, porque o contexto social, cultural, político e econômico que cada uma viveu gerou um sistema de crenças diferente e, como consequência, um comportamento perante a vida.

Conflito 

O que é? 

Profunda falta de entendimento entre duas ou mais partes. Choque, enfrentamento.

O que causa? 

Julgamento, rótulo e comparação.

Quando acontece? 

Acontece quando as necessidades e expectativas são divergentes.

Onde acontece?

Na vida pessoal e no ambiente de trabalho, onde temos pessoas de diferentes gerações convivendo no dia a dia, resolvendo problemas, interagindo, divergindo, ensinando e aprendendo juntas. 

O que impede ou soluciona o conflito?
Comunicação emocionalmente inteligente, flexibilidade e empatia.

Quais são as inteligências envolvidas na gestão de conflitos entre as gerações? 

Inteligência Intrapessoal (autoconhecimento)



A Inteligência Intrapessoal nos ajuda a ganhar consciência de nossas habilidades e fragilidades, além de fazer escolhas alinhadas com quem verdadeiramente somos. 

O autoconhecimento propicia um novo olhar para: 
- si mesmo e para os outros, com respeito
- as diferenças, como outro ponto de vista
- validar o ponto de vista do outro

Inteligência Interpessoal (empatia)


A Inteligência Interpessoal nos ajuda a sair de “nosso pensar e sentir” para nos colocarmos no lugar do outro e entender o que ele está pensando e sentindo.

A empatia nos ensina a exercitar: um novo olhar, a escutar, a chance de se permitir receber a perspectiva do outro, de conhecer um mundo que não é o seu. Também faz com que aprenda com outro ponto de vista, promovendo conexões entre as pessoas.

A boa notícia é que 98% das pessoas têm a capacidade de desenvolver empatia, de se colocar no lugar do outro, ver o mundo pelos olhos de outra pessoa. Mas nós nem sempre usamos isso. 

A outra boa notícia é que empatia é uma habilidade que se pode aprender e se ensinar. 

Inter+ Intrapessoal ( Inteligência Emocional)


A Inteligência emocional é formada pela junção da Inteligência Intrapessoal e Inteligência Interpessoal.

Inteligência Linguística ou verbal (comunicação)


A comunicação é a forma como vamos expressar o que pensamos e sentimos, nos posicionando diante de situações e pessoas. Uma comunicação emocionalmente inteligente nos ajuda a dar feedbacks honestos e respeitosos, e a evitar ou mediar conflitos.

Conclusões
- Adquirir autoconhecimento e empatia é um processo evolutivo que parte da dependência, caminha para a independência até chegar na interdependência.

- Temos pessoas de diferentes gerações nos três estágios, pois este processo não é linear.

- Embora façamos parte de uma geração pelo critério cronológico, podemos apresentar características de diferentes gerações de acordo com a história de vida e o perfil de cada um. 

- Quanto maior autoconhecimento, empatia e flexibilidade, mais rápido caminharemos para a interdependência. 

- Interdependência é o que o mundo atual exige e ela depende do desenvolvimento da qualidade da comunicação, da inteligência emocional, do colaborar e do compartilhar. Essa é a verdadeira educação. Isso é educar para a vida.

Referências bibliográficas

Empatia - The School of life 

Líder Educador - Prof. Mario Sergio Cortela 

Os 7 hábitos altamente eficazes – Franklin Covey 

Inteligências Múltiplas – Howard Gardner

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