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domingo, 23 de março de 2014

Redes digitais: conectando o planeta



O texto "Redes Digitais: Conectando o Planeta", publicado no site da Akatu, fala sobre as mudanças na comunicação, que alavancam o conhecimento e estimulam o aprendizado. Confira abaixo a publicação na íntegra e os comentários (em negrito) da pedagoga Jamile Magrin Goulart Coelho, diretora do Espaço Educacional:

Você já checou seus e-mails hoje? Postou alguma mensagem no Twitter? Respondeu aquele torpedo do amigo no celular? Colocou aquela foto incrível no Instagram? 

Sim, esta é uma nova realidade. Difícil fugir dela. O mundo inteiro passa por uma transformação. Estamos no meio de um redemoinho, nos adaptando rapidamente – ou melhor, ao vivo, neste exato momento, a uma nova arquitetura da comunicação. “Estamos sendo chamados a repensar a comunicação”, afirma Massimo Di Felice, sociólogo pela Universidade La Sapienza de Roma, doutor em Ciências da Comunicação, autor de diversos livros e atualmente professor da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP).

Di Felice foi o palestrante convidado para debater Redes e dinâmicas sociais - Para onde vão? O que buscam?, tema do 110º Fórum do Comitê da Cultura de Paz, promovido pela Associação Palas Athena –, em parceria com a Unesco, realizado esta semana no auditório do MASP, em São Paulo.

O modelo de comunicação do passado era bastante simples. Havia o emissor – alguém que transmitia uma mensagem, o canal pelo qual esta mensagem era enviada e, finalmente, o receptor – a pessoa que a recebia. Com as redes digitais surgiu um novo conceito. Há uma rede distribuída e a informação pode ser gerada, recebida e transformada em qualquer lugar. “Hoje a internet não conecta somente computadores, mas tudo e todos”, diz o sociólogo.

Entre as principais características desta nova forma de comunicação estão:

- comunicação de todos para todos;

A ideia do colaborar e do compartilhar é muito forte e essa é uma atitude que irá beneficiar as pessoas, as comunidades e o país. Só que isso aumenta a nossa responsabilidade! 

- desconstrução e manipulação da mensagem;

Desconstruir uma mensagem para construir a partir de algo que já foi realizado faz parte do processo criativo e inovador. A realidade atual em constante mudança exige essa desconstrução e isso auxilia na quebra de paradigmas. A manipulação existe e é um fato. Cabe a cada um usar seu senso crítico e a inteligência emocional para “não entrar nessa onda”.

- interatividade;

Tudo se tornou interativo. Os problemas são discutidos nas redes e opiniões comuns e divergentes existem em um mesmo espaço. Todos podem concordar ou discordar, manisfestar livremente suas opiniões a respeito de qualquer assunto. Só que nesse movimento tem que existir um espaço para o respeito pelo ser humano, seja ele quem for. Isso é algo relevante e não pode ser “deletado”.

- fim dos pontos de vistas centrais;

Cada pessoa tem o seu ponto de vista sobre um assunto, tema ou fato e esse ponto de vista traz sua bagagem de vida, suas experiências, seu aprendizado na vida. Pontos de vista diferentes são valorizados, pois são eles que constroem a diversidade e a descentralização. Disso resulta a riqueza de um grupo de pessoas diferentes, mas alinhadas com um mesmo propósito. Não há mais espaço para a centralização e para um único ponto de vista.

- computação móvel;

A computação móvel é uma realidade e não há como ignorá-la, pois ela faz parte, em diferentes graus de intensidade, da vida de todas as gerações. Mas vamos tomar o cuidado para que a computação móvel não nos prive do presencial, do encontro, da conversa que flui e que enriquece as relações humanas e não se torne um hábito nocivo que não nos deixa aprofundar os relacionamentos.

- conectividade

Saber tudo que está acontecendo em todos os lugares do mundo naquele momento é algo sensacional. É como se não houvesse barreiras de raça, espaço geográfico, idioma, enfim, é como se o mundo se integrasse. Você já parou para pensar na dimensão desse acontecimento? É algo grandioso que está acontecendo e que precisamos usufruir de forma consciente e exploradora.

“Nossa inteligência agora é estendida a uma rede mundial”, acredita Di Felice. “E ela incrementa nosso senso de participação na sociedade”. O estudioso citou os movimentos sociais ocorridos no Brasil recentemente como um fenônemo típico da era digital. Imagens de confrontos entre manifestantes e policiais captadas por dispositivos móveis rodaram a internet e transformaram a maneira como a notícia até então era publicada. “Não foram somente os humanos que ocuparam as ruas, mas as redes também”. E certamente elas dão maior visibilidade à opinião pública.

A comunicação digital também nos faz perceber mais claramente como tudo está interligado. Cada ação provoca uma reação. Finalmente, o ser humano se dá conta que não é o único a viver no planeta. Em tempo real, ele consegue acompanhar o desmatamento na Amazônia, o degelo no Ártico e a seca na Austrália. “Não existe o externo para o planeta. Tudo o que fazemos tem efeito sobre a Terra”.

Para o sociólogo, a lógica da rede é o pensar na complexidade. Ele enxerga nela um enorme potencial para alavancar o conhecimento e estimular o aprendizado. “Pela primeira vez na história da humanidade as pessoas têm acesso livre ao conhecimento”, analisa.

Realmente o potencial para alavancar o conhecimento e estimular o aprendizado é incrível! Cada vez mais podemos buscar aquilo que queremos aprender com autonomia, escolhendo caminhos para esse aprendizado e personalizando cada vez mais o processo.

O resultado deste novo paradigma digital que se abre diante da nossa sociedade exige que repensemos a pedagogia, a maneira como ensinamos nas escolas. O professor se tornará um mediador, aquele que leva o aluno a entender o conhecimento da rede. Sejamos bem-vindos ao admirável mundo novo digital!

Com certeza, a forma de ensinar, a pedagogia tem que ser repensada, pois essa nova realidade pede que alunos e professores sejam parceiros e que o professor seja antes de tudo um mediador, um orientador nesse processo. O extraordinário é que o digital está mostrando para a educação que ele é uma ferramenta e que as pessoas estão em primeiro lugar. De alguma forma, esse processo de mudança está conduzindo a aprendizagem para uma evolução. Eu, como educadora, acredito nisso e quero acompanhar e participar desse processo.

Fonte: Akatu

domingo, 16 de março de 2014

Processo Criativo

Vocês sabiam que existem três posições que formam o triângulo da criatividade e que precisam ser alternadas para que a pessoa ENTRE, VIVENCIE E CONCLUA o processo criativo? Confira abaixo dicas sobre cada uma delas:

1ª etapa - Sentir/Criar




- Assuma a posição de SONHADOR (lado direito do cérebro - LD) e identifique o objetivo que quer conseguir, deixe sua CRIANÇA NATURAL vir à tona;
- Estimule o estilo habilidoso do lado direito do cérebro e visualize você conseguindo realizar seu objetivo como se fosse um personagem de um filme;
- Crie imagens como se estivesse fazendo uma história em quadrinhos e imagine todos os sentimentos e emoções que experimenta nessa situação; 
- Em seguida, ainda experimentando as emoções que sentiu, iniba os julgamentos e a censura do lado esquerdo do cérebro. Faça um brainstorming e anote todas as ideias que vierem à sua cabeça rapidamente e indiscriminadamente, como se fossem “flashes”.

2ª etapa - Pensar/Organizar


- Assuma agora a posição do REALISTA (lado esquerdo do cérebro - LE) e observe todas suas ideias organizando-as, eliminando algumas e traçando um plano de ação. Assuma a posição no ego ADULTO;
- Verifique se o que está planejando está alinhado ao que sonhou. Perceba se precisa fazer ajustes ou acrescentar mais alternativas;
- Identifique os obstáculos e estímulos que poderá encontrar e tente encontrar ações para vencer esses obstáculos e fortalecer estímulos;
- Escolha as pessoas que irão te ajudar a colocar seu plano em ação e veja quais as funções que irá delegar de acordo com o perfil de cada uma.

3ª etapa - Agir/Avaliar


A partir da etapa do AGIR, você terá também que assumir uma nova posição, a do CRÍTICO (LE =LD) para avaliar as ações e consequências, analisar a atuação das pessoas, fazer um trabalho de coach, dar um feedback e reorientar o processo quantas vezes forem necessárias. Assuma a posição no ego PAI PROTETOR;
- Nesta etapa, colocará seu plano em ação, alternando a posição de SONHADOR (LD) para motivar sua equipe e ter sempre seu objetivo em mente de forma positiva e a posição de REALISTA (LE) para acompanhar o funcionamento de cada etapa.

Finalização


Ao terminar o processo, os três personagens assumidos atuam para analisar o resultado final a partir do objetivo (REALISTA), avaliar o processo, o tempo utilizado, pessoas e funções (CRÍTICO) e celebrar com sua equipe o que conquistaram (SONHADOR). 

segunda-feira, 10 de março de 2014

Infância sem pressa



Uma reportagem da revista Claudia deste mês fala sobre o crescimento no Brasil do movimento batizado lá fora de slow parenting, que defende a desaceleração da rotina dos filhos para dar a eles tempo para explorar o mundo. Confira dados da publicação e os comentário da pedagoga Jamile Magrin Goulart Coelho, diretora do Espaço Educacional: 

Este movimento está desafiando a cultura da velocidade que impede que as experiências sejam vividas em profundidade, que multiplicam atividades em nome da busca por sucesso e que valorizam quantidade e não qualidade na educação.

Hoje, é cada dia mais comum as crianças terem uma agenda de executivos, repleta de atividades extras. Com isso, não sobra tempo para brincar e brincar é explorar o desconhecido, dar forma, cores e sons a sonhos e, com isso, aprender a fazer a nossa leitura do mundo a partir do aprendizado sinestésico, em que utilizamos a maioria dos sentidos.

Até 6 anos de idade, o aprendizado tem que ser lúdico, tem que dar espaço para a criatividade, para a interação juntamente com os limites que incluem atitudes de respeito ao outro, saber esperar a vez, saber ganhar ou perder. O aprendizado sinestésico deveria ocupar quase que 100% do tempo nesta faixa etária e a brincadeira e o prazer em aprender deveriam caminhar de mãos dadas.

"Mas a cobrança por sucesso é cultural e vem de vários lados, de uma sociedade obcecada por perfeição." A busca exagerada por sucesso por parte dos pais e da própria escola vai queimando etapas importantes na vida das crianças. Essa situação acaba associando aprendizado com desmotivação, mata a curiosidade que é o motor da vontade de descobrir como tudo funciona e alimenta o medo do fracasso.

"O problema do exagero de atividades extracurriculares é que deixa a criança cansada e sem foco. O desenvolvimento neurológico sadio depende disso, afirma a neuropsicóloga Adriana Foz, e queimar etapas trará consequências mais adiante."

Um número cada vez mais significativo de crianças e jovens chega ao Espaço Educacional com esse quadro de desmotivação e com problemas como Déficit de Atenção e Hiperatividade e depressão. Esses problemas, segundo a Organização Mundial da Saúde, estão presentes em três a cada 10 jovens, conforme informação da revista Claudia.

Brincar é uma forma de construção do conhecimento sobre o mundo e o processo de aprendizagem nos acompanha a vida toda. O adulto realizado profissionalmente tem uma forte participação da sua "criança" em tudo que faz, pois ela é responsável pela nossa criatividade, pela nossa curiosidade, pela busca da inovação.

Aprender a aprender é nosso desafio constante. Por isso, vamos deixar que as crianças vivam sua infância no seu tempo, no seu ritmo, explorando o mundo à sua volta com curiosidade e encantamento.

5 dicas para desacelerar, segundo Carl Honore, criador do conceito de slow parenting

1- Tente descobrir seu próprio estilo de maternidade e o que funciona melhor para sua família. Não se preocupe com a educação que seus amigos dão para seus filhos;

2 - Quando levar seu filho a um playground, resista a tentação de interferir, afaste-se um pouco e deixe que ele brinque sozinho ou com outras crianças;

3 - Deixe horas livres na semana, sem atividades estruturadas, para que a família simplesmente se reúna para descansar, conversar, jogar, cozinhar ou qualquer outra coisa prazerosa;

4 - Permita que seu filho conte naturalmente como foi seu dia na escola, em vez de exigir um relatório completo assim que ele chegar;

5- Defina períodos do dia em que as crianças devem desligar o computador, se desconectar.