Cresce um movimento em defesa da tese de que as competências socioemocionais, a capacidade de lidar com as situações e as pessoas – podem e devem ser ensinadas na escola. O principal argumento é que não se pode ignorar a inteligência emocional porque, além de ser fundamental para o sucesso nos relacionamentos, ela causa impacto significativo no desempenho acadêmico.
Em grande parte, o assunto entrou na ordem do dia porque começou a ser encarado como uma forma de combater enormes fantasmas que assustam a sociedade americana, como a violência, o uso de drogas, o bullying e até o suicídio infanto-juvenil. “A maneira como enfrentamos e dominamos as situações do cotidiano é a expressão da nossa inteligência emocional, e é importante que ela seja trabalhada na escola desde cedo”.
O impacto no aprendizado
Pesquisas indicam que aspectos emocionais, como autoconfiança e força de vontade, são tão ou mais importantes para o aprendizado do que as capacidades cognitivas: atenção, memória e organização. Umas delas, feita a partir do cruzamento de dados de 35 mil brasileiros inscritos no site temperamento.com.br, foi conduzida pelo psiquiatra Diogo Lara, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS). “Sob esse ponto de vista, é melhor ser alegre e desatento do que atento e desmotivado”, avalia o médico. Outros estudos, como no Reino Unido que acompanhou os registros de 17 mil crianças durante 50 anos, sugerem que essas características influenciam mais o sucesso pessoal e profissional do que outros tipos de inteligência, como a lógico-matemática e a linguística. Além de mostrar que a propensão para se dar bem na vida é maior entre as pessoas consideradas emocionalmente inteligentes, essas análises também sinalizam que a probabilidade de elas terem casamentos mais duradouros e sofreram menos depressão e ansiedade também é maior.
Projetos que se dispõem a desenvolver a inteligência socioemocional, ajudar a criar caminhos neurológicos que tornam as crianças capazes de se recuperar mais rapidamente de experiências negativas. “Uma criança confiante, bem-aceita e valorizada certamente estará mais desperta para o aprendizado. Entenderá, por exemplo, que errar faz parte da vida e aprenderá como agir diante de uma dificuldade. Saberá decidir se vai empacar, persistir ou se esforçar”, avalia a psicanalista Claudia Monti Schonberger, coordenadora de equipe clínica do Instituto Sedes Sapientiae, em São Paulo.
Emoções liberadas
Gerenciar bem as emoções, alertam os especialistas, não significa represá-las. A criança precisa encontrar abertura suficiente para sentir medo, angústia, raiva, tristeza, alegria, euforia. Em vez de dizer “não chore” ou “controle-se”, os adultos devem acolher os pequenos, procurar compreender as razões do comportamento deles e ajudá-los a dar respostas adequadas às situações.
Uma das formas mais eficazes de aprender a lidar com isso nessa fase da vida é por meio de brincadeiras. “Estimular o lado lúdico é importantíssimo”, lembra o psiquiatra Diogo Lara.
O psiquiatra ressalta que boa parte da saúde emocional da criança é transmitida pela família porque, até os 4 ou 5 anos, o cérebro infantil só tem capacidade para se ocupar dos vínculos mais íntimos. É a fase em que ela aprende a amar e ser amada.
De maneira geral, as escolas brasileiras ainda não se deram conta do quanto podem fazer para aprimorar as competências emocionais dos estudantes. “As escolas se preocupam com português e matemática, mas se esquecem dos aspectos emocionais que, no final das contas, têm até mais peso no desempenho acadêmico.”
Comentários
Sabemos que as competências emocionais são fundamentais para que o processo de aprendizagem aconteça e o estudante supere todos os obstáculos que o estão impedindo de obter melhores resultados na escola ou maior produtividade em seus estudos.
Todos os professores do Espaço Educacional consideram que a primeira etapa de qualquer projeto consiste em despertar no aluno o desejo de aprender, “acender o olho” e criar o envolvimento necessário para enfrentar e vencer desafios. Tudo isso aliado ao vínculo com o professor é essencial para o bom andamento dos projetos.
Para isso trabalhamos com ferramentas de autoconhecimento e de autoavaliação que auxiliam o estudante no processo de aprendizagem, levando-o a encarar os desafios, lidar melhor com os erros, melhorar a autoestima e formar vínculo com o professor, seu parceiro nesta trajetória.
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