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quinta-feira, 30 de junho de 2016

“A criança brincando na natureza é a ideia representativa de uma infância feliz e saudável”



Você já pensou na importância que o contato com a natureza tem para a educação e o desenvolvimento das crianças? Veja detalhes sobre o assunto no texto do Portal Aprendiz

“Pelo direito de a criança colher fruta no pé, subir em árvores, sentir o cheiro de terra molhada, nadar no lago, ver estrela cadente.” Foi a partir desses princípios que a presidente e fundadora do Instituto Alana, Ana Lucia Villela, lançou nesta segunda-feira (13/6) o Projeto Criança e Natureza. A nova plataforma de conteúdo da entidade divulgará e fomentará pesquisas relacionadas à temática – e também pretende ser fonte de inspiração para pessoas e políticas públicas.

“É em nome dessa força natural que o Alana inicia esse projeto”, prosseguiu Ana Lucia, ressaltando que um maior contato com a natureza irá “recompensar” a sociedade com menos uso de remédios, mais saúde física, mental e espiritual. “Afinal, é a saúde da Terra e dos humanos que está em jogo.”

Diagnóstico realizado pelo Criança e Natureza mostrou que, nas cidades brasileiras, 40% das crianças passa uma hora ou menos brincando ao ar livre – a vasta maioria gasta 90% do tempo em ambientes fechados.

Para a coordenadora da inciativa, Laís Fleury, o contato com a natureza se configura tanto como um direito das crianças como uma oportunidade para que sejam educadas integralmente. “Quanto mais a criança é exposta à natureza, mais criativa ela é, mais concentrada e maior será seu acesso às conexões e sensações espirituais. Isso é muito importante para o seu desenvolvimento integral: físico, emocional, espiritual, sensorial.”

Dentre as ações previstas pelo projeto estão a criação de uma biblioteca online sobre o tema; a realização de encontros de reflexão e capacitação; o mapeamento de iniciativas que estimulem o contato direto das crianças com a natureza e a criação de Clubes Natureza em Família, que facilitarão o encontro de famílias que, em sua rotina, desejam passar mais tempo ao ar livre.

“A criança brincando na natureza é a ideia representativa de uma infância feliz e saudável”, aponta o pediatra e escritor Daniel Becker, um dos criadores do Programa de Saúde da Família. Ele argumenta que aproximar criança e natureza é falar do óbvio. “Mas precisamos falar dele, pois nos desviamos para muito longe de uma sociedade que protege a criança e a natureza. Negamos às crianças direitos fundamentais, as escravizamos e até as aprisionamos – principalmente as negras e pobres”, denuncia.

“Há ainda crianças que passam o dia inteiro institucionalizadas em creches e escolas infantis, sempre lotadas, servindo alimentação industrializada. Vemos hoje a obesidade infantil agravada pelo fato de as crianças não brincarem nas ruas. A natureza pode ser um antídoto para tudo isso”, conclui Becker.

Cidades Biofílicas

A paisagista urbana e presidente da Sociedade para a Ecologia Urbana – Brasil, Cecília Herzog, apresentou o conceito de Cidades Biofílicas, aquelas que permitem aos seus moradores desenvolverem atividades que os levem a aprender com a natureza e restaurar a biodiversidade. “Existe uma nova visão preponderante em que encantar as crianças pela natureza é algo importante, com a criação de cidades que valorizam nossa vida criando espaços gostosos de estar. Precisamos de natureza o tempo todo”, afirma Cecília.

“Ser parte da natureza e proteger a natureza são movimentos análogos”, defendeu Lea Tiriba, professora da Escola de Educação da Unirio. Ela prossegue em sua análise: “A destruição que vivemos na Terra está relacionada com o desgarramento produzido em função da lógica econômica imposta pela força das armas e do capital. A escola reproduz essa lógica e, não à toa, nasceu como irmã gêmea de prisões e quarteis, formando pessoas apenas para o mercado de trabalho.”

Para ela, é necessário buscar uma pedagogia que respeite a diversidade natural e a biodiversidade. No entanto, é preciso transformar radicalmente a formação de docentes. “A dificuldade dos professores é em função de um modelo de educar: a lógica cartesiana que separa natureza e cultura, razão e emoção, corpo e conhecimento. Sair disso é um convite para aquilo que é bom”, acredita Lea. “Toda educação precisa ser ambiental. Qual o sentido de formar crianças se, no futuro, não tivermos um planeta para viver?”

Louv falou sobre a criação da rede. “Quando o livro saiu, há dez anos, obteve muita atenção, foi surpreendente. Minha preocupação era que todo aquele barulho ia sumir dali a seis meses. Precisávamos de um lugar para reunir o conhecimento e as pesquisas sobre o tema, já que a maior parte delas estava atrás de paredes intransponíveis”, pontuou, referindo-se ao mundo acadêmico.

Além das evidências científicas que mostram a desconexão entre criança e natureza, há outras que mostram os benefícios que essa relação pode gerar para a saúde física e mental. “Crianças com transtornos de déficit de atenção (DDA) ficam muito mais à vontade andando em um parque urbano. É o que chamo de terapia da natureza. Se há um aumento de prescrição de Ritalina para contornar o transtorno, foi porque tiramos a natureza das crianças”, analisa Louv.

Ele defende que escolas invistam menos em tecnologia e mais em natureza. “A educação de ponta não se dá através da tecnologia – mas sim da natureza. Computador é importante, mas a experiência real para as crianças é muito mais.”

O jornalista criticou a perspectiva de futuro pós-apocalíptico muito em voga em seu país – através de livros e filmes de ficção distópica. “O que acontece com uma cultura que não consegue projetar um futuro bonito, verde, legal? Quero cidades ricas em verde, em jardins, que sejam motores da biodiversidade da saúde humana através da natureza. Temos que começar a desenvolver as imagens para esse futuro. Pintar um futuro bonito, cheio de natureza, talvez a nossa missão mais importante”, finaliza.

quinta-feira, 23 de junho de 2016

"Se conhecer é o primeiro passo para o sucesso"



O Perfil Cognitivo do Espaço Educacional é tema do artigo "Se conhecer é o primeiro passo para o sucesso", publicado no site Segs. Confiram:

A grande maioria das pessoas quer se destacar seja na vida pessoal, profissional ou no meio acadêmico. Porém, para alcançar o sucesso de uma maneira tranquila é preciso se conhecer. Isso porque todo mundo tem alguma dificuldade em um ou outro segmento, então, driblá-las é essencial para organizar a rotina. Não adianta apenas saber “sou bom nisso” ou “aquilo eu não sei fazer”, é preciso saber usar as qualidades e habilidades para contornar as dificuldades.

Para chegar ao topo é necessário autoconhecimento. Por isso, o teste de perfil cognitivo é uma ótima ferramenta para quem quer aprimorar os pontos fortes e amenizar os pontos fracos.

A diretora do Espaço Educacional, Jamile Coelho, explica que a elaboração do teste oferece um mapa potencial das pessoas e ressalta: “Com o resultado de perfil cognitivo em mãos a pessoa passa a ter condições de potencializar suas habilidades e trabalhar no monitoramento e desenvolvimento de suas dificuldades, tornando as ações na escola, na faculdade ou no trabalho mais fáceis e simples de serem resolvidas”.

O Espaço Educacional oferece o teste de perfil cognitivo para todas as idades. Normalmente, eles são aplicados apenas em jovens no Ensino Médio (15 a 18 anos) e adultos de todas as faixas etárias e gerações.

Porém, a diretora explica que se ele for utilizado em crianças e em pré-adolescentes ele trará ótimos benefícios para o desenvolvimento dos pequenos. Jamile esclarece que nas crianças esse teste é desenvolvido de maneira diferente. “Nas crianças e adolescentes o teste é desenvolvido através da observação, pois eles ainda não possuem maturidade para responder as perguntas”.

O perfil cognitivo pode ser realizado individualmente ou em grupo e os benefícios são expostos desde o primeiro momento. Geralmente, os testes em grupo são feitos por escolas que querem saber qual as maiores habilidades e deficiência de um grupo de alunos ou então por empresas que querem conhecer melhor os seus colaboradores e como eles agem e podem se completar em equipe.

Para mais informações sobre o Espaço Educacional, acesse o site: http://www.espacoeducacional.com.br

domingo, 19 de junho de 2016

Perfil Cognitivo do EE na mídia




O Perfil Cognitivo do Espaço Educacional é tema da reportagem "Para obter sucesso, não basta promover, é preciso analisar", publicada no site Investimentos e Notícias. Confira o texto:

É comum que de tempos em tempos aconteçam mudanças de cargos nas empresas. Porém, na hora de promover um colaborador é preciso traçar um perfil detalhado para que ele esteja completamente apto às novas funções. Muitas vezes, escolher o que tem mais tempo na empresa, ou no setor, pode não ser a decisão mais acertada.

Essa escolha pode gerar problemas futuros para a empresa, por esse motivo, os gestores precisam analisar os perfis de cada candidato antes de baterem o martelo, afinal, existem outras maneiras de agradecer os anos de trabalho dedicados e as conquistas, por exemplo, aumentos salariais e bônus.

O mais indicado é que seja traçado um perfil cognitivo, para reconhecer as habilidades e dificuldades de cada um. Assim, será possível analisar se a pessoa vai ou não se dar bem no novo cargo.

“Às vezes, uma promoção sem uma análise do perfil da pessoa pode levar a uma queda na produtividade, pois a pessoa atuava bem em uma área, mas pode não ter perfil para atuar em outro cargo. Por exemplo, uma pessoa pode ser excelente para lidar com processo no dia a dia, mas não com pessoas. Se ela for para um cargo de liderança e tiver que trabalhar com uma equipe pode ter dificuldade para liderar, interagir e coordenar pessoas”, explica a coach em educação e diretora do Espaço Educacional, Jamile Coelho.

A análise do perfil paralelamente à trajetória profissional sempre auxiliará na tomada de decisões. O teste desenvolvido pelo Espaço Educacional pode ser aplicado pelo RH da empresa, sendo sempre desenvolvido para cada exigência específica.

quarta-feira, 8 de junho de 2016

Sobre como é difícil criar um filho não machista em um mundo machista



Nesta semana, compartilhamos a reflexão de Rita Lisauskas sobre as dificuldades de criar um filho não machista em um mundo machista. O texto foi publicado em seu blog "Ser mãe é padecer na internet", no site do Estadão:

Eu já tinha dois enteados quando fiquei grávida. E quando descobri que o bebê que esperava também era um menino, achei que estava preparada para o desafio de colocar mais um garoto nesse mundo.
Mas não estava.

E só descobri isso depois de ouvir o primeiro comentário machista, quando ainda contávamos sobre a gravidez e o sexo do bebê: “Mais um macho na família ! Amarrem as cabras porque os bodes estarão soltos!”

Achei de péssimo gosto. E a ficha caiu. O machismo não oprime apenas as meninas. Também atinge os meninos em cheio.

O guri nasceu, mal falava gugu dadá e já era cobrado: “QUANTAS namoradinhas arrumou na escola, hein?” Eu, a mãe sempre chata e problematizadora, respondia com a voz tatibitati: “Nenhuma, né, tio! Eu sou uma criança! E criança não namora, brinca.”

Ou então: “Esse aí vai destruir o coração de muitas menininhas!”.

“Não, não vou não. Sou um menino legal e vou respeitar todas as garotas!”

A luta é inglória e diária. Os meninos sempre ouvem que precisam namorar várias, transar com todas. Têm sempre que “chegar junto” para provar que são homens. Bater para provar que são machos … e não brincar de casinha para não virar gay. Pois é.

“Você deixa ele brincar de boneca?”, perguntaram-me uma vez no playground, quando viram meu filho feliz da vida empurrando um carrinho de boneca de uma amiguinha do prédio.

“Cuidado, hein? Desse jeito ele vai virar viado!”, comentaram depois de ver que meu filho tinha uma pia de brinquedo. Saía água de verdade e ele adorava lavar todos os pratinhos e xícaras que vieram com ela.

Nas duas situações respirei fundo e argumentei:

“Você não acha que se os meninos brincassem de boneca não teríamos pais mais participativos na criação dos filhos?”

“Você não acha que se todas as crianças do mundo aprendessem a brincar de casinha desde pequenas os homens não descobririam que cuidar da casa também é responsabilidade deles?”

E a cereja do bolo: “Se meu filho for gay não será porque brincou de boneca ou de lavar a louça. E continuará a ser amado e respeitado como sempre foi.”

Só ouvi silêncio.

Pois é.

O silêncio chega quando os argumentos faltam. E nós, mães de menino, assim como as mães de menina, não podemos nos silenciar nunca.

“Para de chorar, Samuel! Meninos não choram!”

Choram sim, filho. Todo mundo chora. Inclusive meninos.

Dia desses ele não quis colocar uma camisa rosa linda que ganhou do padrinho. “Rosa é cor de menina, mamãe!”. Até então o rosa era apenas uma cor dentre várias lá em casa. Mas, aos 6 anos, o mundo o contaminou. E não teve jeito. Eu expliquei que meninos e meninas podiam usar todas as cores. Ele entendeu. Mas me disse que gostava “muito, muito” da camisa azul. E colocou a azul.

Depois ouvi ele comentando ao assistir a um desenho na tv: “Claro que ninguém vai casar com ela. É tão gorda!”

Infelizmente não conseguir ver qual era a animação que ele acabara de assistir. Mas expliquei que as pessoas podem ser magras e gordas. Que cada um é de um jeito, mas que a gente gosta é da pessoa, independentemente do peso. E que ele nunca, nunca, nunca, poderia dizer que uma pessoa é gorda como forma de xingamento. Era feio. Ofensivo. E que as pessoas ficam muito chateadas se a gente faz algo do tipo.

“Nunca faça isso, filho.”

“Tá bom! Mas você já viu que o Cebolinha fala isso pra Mônica o tempo todo, mamãe?”

Fiquei muda.

Tá vendo como é difícil?

quarta-feira, 1 de junho de 2016

Ansiedade infantil: por que precisamos ensinar as crianças a esperar



Para ajudar a lidar com impaciência das crianças e torná-las menos ansiosas, compartilhamos com vocês o texto "Ansiedade infantil: por que precisamos ensinar as crianças a esperar", publicado no site MdeMulher:

Sabe aquela clássica cena da família jantando no restaurante enquanto a única criança da mesa está completamente alheia à conversa, hipnotizada por algum desenho no celular? Ou então aquela de uma mãe morrendo de vergonha e colocando qualquer coisa no carrinho, só para o filho parar de espernear no meio do supermercado e ir logo para casa? Pois é, elas acontecem - e muito!

Fazer birra é um comportamento normal das crianças, afinal, faz parte da infância testar os limites. A questão é que, com a tecnologia cada vez mais ao alcance das (pequeninas) mãos, a paciência está virando artigo de luxo. "Vivemos num contexto em que tudo se resolve muito rapidamente com apenas um clique. Os avanços tecnológicos fazem com que as crianças cresçam num mundo em que as coisas acontecem na hora em que elas querem. Não precisam nem esperar o desenho preferido na TV, já que assistem quando têm vontade e na plataforma que preferem", explica Roberta Bento, especialista em aprendizagem baseada no funcionamento do cérebro pela Universidade da Califórnia e Duke University; e em aprendizagem cooperativa pelas Universidades de Minnesota e de San Diego.

Além da questão tecnológica, a formação das famílias atuais também influencia nessa pressa que os pequenos têm para serem atendidos. "Antigamente, tinha-se mais filhos e até nas refeições era preciso esperar a sua vez de ser servido. Hoje, é cada vez mais comum que os casais tenham só uma criança, que sempre tem tudo na hora que quer", lembra a especialista, que completa: "elas vivem num mundo que parece ser totalmente adaptado e pronto para os seus desejos".

Como ensinar os filhos a esperar

Não adianta, não tem cartilha ou fórmula mágica para criar filhos mais pacientes - esse é um exercício diário, que deve ser trabalhado naquelas pequenas situações do cotidiano. Por exemplo, ao invés de aproveitar enquanto as crianças estão na escola para ir ao supermercado, vá com elas fazer as compras e explique o que vocês estão fazendo. "Na sala de espera de um consultório médico, invente alguma brincadeira para passar o tempo, que não envolva um celular. Brinque de procurar letras, de encontrar objetos de determinada cor… Aproveite para conversar com seu filho", aconselha Roberta.

E não custa lembrar: o comportamento da criança na rua, na escola, nos restaurantes e em todos os outros ambientes que ela frequenta é apenas um reflexo de como ela vive em casa e, claro, de como os pais se comportam. Portanto, não adianta esperar que seu filho saiba esperar se, em casa, ele tem tudo quando deseja e se vê os adultos na maior correria a todo momento. Além disso, é preciso ter consciência de que a paciência precisa ser ensinada. "Essa não é mais uma competência que se desenvolve sozinha e não é interessante que os pais pensem que, dado o contexto atual, ela é desnecessária, já que tudo acontece muito rápido. É preciso que eles se empenhem dia a dia", ressalta a especialista.

Por que eles precisam ter paciência

Uma criança que é ensinada a esperar se torna uma pessoa mais educada, pois ao entender que o mundo não gira ao seu redor, ela cresce menos egocêntrica e vive melhor em sociedade. Ela aprende, por exemplo, que é preciso deixar as pessoas saírem do metrô antes de entrar e que as coisas passam por um processo antes de acontecer - a comida não fica pronta por mágica e não chegamos à praia de uma hora para outra. Tudo leva tempo e é preciso saber lidar com isso.

Criar filhos menos ansiosos também ajuda no aprendizado, já que eles conseguem parar para ouvir e, então, formular argumentos. "Os pequenos mais pacientes também conversam melhor, já que conseguem esperar o tempo de fala do outro para poder responder - e estabelecer essa linha de raciocínio demanda muita paciência. Além disso, a criança aprende a considerar o outro e, assim, a respeitar as diferenças", destaca Roberta.

A importância do tédio

Natação, inglês, judô, futebol, balé… A agenda dos pequenos parece estar cada vez mais cheia de atividades e o tempo livre - aquela famosa horinha de não fazer nada - está ficando raro. "Nós percebemos uma angústia dos pais em nunca deixar as crianças entediadas, mas a verdade é que elas precisam lidar com isso. Vivenciar o tédio é bom porque ele gera a necessidade da criatividade para fazer alguma coisa interessante, além de possibilitar um descanso ao cérebro", finaliza Roberta. Portanto, chegar a um equilíbrio é fundamental e trabalhar a ansiedade aos poucos dentro de casa é um caminho para criar filhos mais pacientes e preparados para viver bem em sociedade.