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quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Infância não é carreira e filho não é troféu



"Infância não é carreira e filho não é troféu". Esse é o título de um artigo reflexivo publicado no site do "Toda Criança Pode Aprender". Confira:

Nesse mundo contemporâneo, ter, ser, saber, parecem fazer parte de uma competição. Nesse mundo, alguns pais e algumas mães acabam acreditando que é preciso que seus filhos saibam sempre mais que os filhos de outros. E isso sim seria então sinal de adequação e o mais importante: de sucesso.

O que uma criança deve saber aos 4 anos de idade? Essa foi a pergunta feita por uma mãe, em um fórum de discussão sobre educação de filhos, preocupada em saber se seu filho sabia o suficiente para a sua idade.

Segundo Alicia Bayer, no artigo publicado em um conhecido portal de notícias americano – The Huffngton Post -, o que não só a entristeceu mas também a irritou foram as respostas, pois ao invés de ajudarem a diminuir a angústia dessa mãe, outras mães indicavam o que seus filhos faziam, numa clara expressão de competição para ver quem tinha o filho que sabia mais coisas com 4 anos. Só algumas poucas indicavam que cada criança possuía um ritmo próprio e que não precisava se preocupar.

Para contrapor às listas indicadas pelas mães, em que constavam itens como: saber o nome dos planetas, escrever o nome e sobrenome, saber contar até 100, Bayer organizou uma lista bem mais interessante para que pais e mães considerem que uma criança deve saber.

Veja alguns exemplos abaixo:

Deve saber que a querem por completo, incondicionalmente e em todos os momentos.
Deve saber que está segura e deve saber como manter-se a salvo em lugares públicos, com outras pessoas e em distintas situações.
Deve saber seus direitos e que sua família sempre a apoiará.
Deve saber rir, fazer-se de boba, ser vilão e utilizar sua imaginação.
Deve saber que nunca acontecerá nada se pintar o céu de laranja ou desenhar gatos com seis patas.
Deve saber que o mundo é mágico e ela também.
Deve saber que é fantástica, inteligente, criativa, compassiva e maravilhosa.
Deve saber que passar o dia ao ar livre fazendo colares de flores, bolos de barro e casinhas de contos de fadas é tão importante como praticar fonética. Melhor dizendo, muito mais importante.

E ainda acrescenta uma lista que considera mais importante. A lista do que os pais devem saber:

Que cada criança aprende a andar, falar, ler e fazer cálculos a seu próprio ritmo, e que isso não tem qualquer influência na forma como irá andar, falar, ler ou fazer cálculos posteriormente.

Que o fator de maior impacto no bom desempenho escolar e boas notas no futuro é que se leia às crianças desde pequenas. Sem tecnologias modernas, nem creches elegantes, nem jogos e computadores chamativos, se não que a mãe ou o pai dediquem um tempo a cada dia ou a cada noite (ou ambos) para sentar-se e ler com ela bons livros.

Que ser a criança mais inteligente ou a mais estudiosa da turma nunca significou ser a mais feliz. Estamos tão obstinados em garantir a nossos filhos todas as “oportunidades” que o que estamos dando são vidas com múltiplas atividades e cheias de tensão como as nossas. Uma das melhores coisas que podemos oferecer a nossos filhos é uma infância simples e despreocupada.

Que nossas crianças merecem viver rodeadas de livros, natureza, materiais artísticos e a liberdade para explorá-los. A maioria de nós poderia se desfazer de 90% dos brinquedos de nossos filhos e eles nem sentiriam falta.

Que nossos filhos necessitam nos ter mais. Vivemos em uma época em que as revistas para pais recomendam que tratemos de dedicar 10 minutos diários a cada filho e prever um sábado ao mês dedicado à família. Que horror! Nossos filhos necessitam do Nintendo, dos computadores, das atividades extraescolares, das aulas de balé, do grupo para jogar futebol muito menos do que necessitam de nós. Necessitam de pais que se sentem para escutar seus relatos do que fizeram durante o dia, de mães que se sentem e façam trabalhos manuais com eles. Necessitam que passeiem com eles nas noites de primavera sem se importar que se ande a 150 metros por hora. Têm direito a ajudar-nos a fazer o jantar mesmo que tardemos o dobro de tempo e tenhamos o dobro de trabalho. Têm o direito de saber que para nós são uma prioridade e que nos encanta verdadeiramente estar com eles.

Então, o que precisa mesmo – de verdade – uma criança de 4 anos?

Muito menos do que pensamos e muito mais!

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Brinquedos - Consumo Consciente




O Dia das Crianças já passou, mas se quiser comprar um brinquedo, roupa ou outro bem para as crianças no Natal ou aniversário delas, confira abaixo cinco perguntas que pode fazer para ajudá-las a pensar sobre o pedido e fazer uma escolha mais consciente. O texto é de Andy de Santis, editado pela Inez de Oliveira para o SerasaConsumidor:

1- Por que você quer esse presente? Se a resposta for “porque todo mundo na minha escola tem”, aproveite para conversar sobre as diferenças: não é porque todo mundo tem algo que precisamos ter também. Aliás, se todas as crianças tivessem os mesmos brinquedos, qual seria a graça de brincar juntos? Abra sua casa e convide a turma para uma tarde de brincadeiras compartilhadas e aproveite para ensinar esta lição na prática. Funciona assim: cada um traz um brinquedo diferente do outro e todos podem experimentar coisas novas.

2- Quantos brinquedos parecidos com esse você já tem? No ano passado, você fez o maior esforço para comprar aquela boneca ou carrinho “dos sonhos” da criança. Esse ano um novo modelo foi lançado no mercado, com pequenas diferenças e o dobro do valor. Que tal fazê-la pensar sobre isso? Peça para ela fazer uma lista dos brinquedos parecidos com este e que estão em bom estado. Ao invés de comprar a boneca novinha, pode ser divertido costurar novas roupas para as bonecas que ela já tem, ou pintar o carrinho de uma cor diferente.

3- O que você vai doar em troca do seu brinquedo novo? O dia das crianças é um bom momento para as crianças começarem a entender o que é desapego e doação. Essa pergunta irá ajudá-las a entender duas questões fundamentais que tornarão suas decisões mais conscientes:
Falta espaço em casa quando se acumula tantos brinquedos
Outras crianças podem não ter a mesma sorte que ela

4- Posso ajudar com uma parte. Como você pretende completar o valor que falta? Se o pedido estiver acima das suas possibilidades, não hesite em dizer o quanto você pode gastar e sugerir que ela pense em alternativas para conseguir o que falta para completar o valor necessário. Ela pode organizar uma “vaquinha” com outros parentes ou vender brinquedos usados. Isso irá ajudá-la a desenvolver o espírito empreendedor e a independência na elaboração de estratégias para conquistar seus sonhos. Afinal, é disso que trata a educação financeira!

5- O que você acha de trocar o brinquedo por uma festa do pijama? Crianças gostam mais de brincar do que de brinquedos. Ofereça a ela a chance de receber seus melhores amigos em casa para uma festa do pijama, uma tarde de filme com pipoca ou culinária divertida. Nesse dia, relaxe nas regras, deixe ela acordar mais tarde, comer sanduíche no almoço e afaste os móveis da sala para um concurso de dança. Assim você mostra a ela que as melhores coisas da vida são de graça.